Abrir uma franquia em sociedade com parentes é um bom negócio?

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Franquia em família

Abrir uma franquia em sociedade com parentes, afinal, é um bom negócio?

07/06/2018

Antes de mais nada, precisamos te contar uma coisa: ter uma franquia em família é como ter um negócio com qualquer outra pessoa. A única diferença é que você vai encontrar o seu sócio naquele almoço de domingo. No mais, as responsabilidades e comprometimentos com a empresa serão os mesmos. De qualquer forma, há quem considere que fazer uma parceria com alguém de confiança como um filho, esposa, sobrinho, irmão ou outro membro que leve o mesmo sobrenome que o seu seja mais confortável e seguro que dividir as contas (e os possíveis lucros) com alguém cujo o relacionamento não é tão próximo. Mesmo assim, é preciso atentar-se a alguns cuidados para que essa união societária não se transforme numa enorme dor de cabeça e ainda prejudique o relacionamento da família.

Segundo um levantamento do Sebrae Nacional, 68% dos pequenos negócios abertos no País têm sócios, empregados ou colaboradores que são da mesma família, o que nos leva a crer que esse tipo de união é mais comum do que se imagina. Entre as franquias, apesar de não haver um estudo específico, acredita-se que o índice de familiares à frente de unidades franqueadas também seja bastante abrangente.

Os motivos que levam a união societária são os mais diversos: desde a falta de recursos totais para investir em um negócio — e então o sócio entra com a parte restante — até o fato dos investidores combinarem de atuar em cargos complementares. Em outras palavras, enquanto um pode fazer o papel de gestor, o outro pode comandar um dos departamentos da franquia como, por exemplo, áreas de marketing ou comercial.

E para você que está pensando em partir para a mesma estratégia, separamos algumas dicas e pontos-chave para que a sociedade do seu negócio em família se desenvolva da melhor maneira possível. Confira também exemplos de sucesso de franqueados que são sócios de familiares e se dão muito bem (nos resultados financeiros e no relacionamento familiar).

 

A união faz a força

De acordo com a especialista em franchising e consultora da Franquear Consultoria, Luciana Abram, existem alguns pontos de destaque que devem ter atenção total do investidor que deseja abrir uma franquia em parceria com um parente.

  • Antes de tudo, destaque qual será o papel de cada um no negócio:

“É preciso designar qual dos sócios ficará responsável pela unidade perante a rede franqueadora. A marca é quem poderá dar o ok final nessa decisão.”

 

  • Entenda o que representa e como funcionará o Pró-Labore (espécie de salário do franqueado)

“O pró-labore é a remuneração do trabalho realizado, logo somente o(s) sócio(s) que desempenham atividades recebem esta quantia e ela deve ser calculada conforme a atividade que cada um exerce. Por exemplo, se um sócio atua e desenvolve responsabilidades como vendedor, logo ele traz resultados como tal e, então, seu pró-labore tem de ser compatível com este cargo. Já o outro responde como gestor, traz resultados e desenvolve atividades administrativas para o negócio. Sendo assim, ele deve ser remunerado como alguém que exerce o mesmo tipo de cargo no mercado. Portanto, pode ser que hajam pró-labores diferentes para um sócio e outro”.

 

  • Mesmo que você já o conheça, aprofunde os estudos sobre o perfil de cada um dos sócios

“Com base neste perfil divida as responsabilidades e atividades de cada sócio. O fato de termos muito sócios não significa que todos devem ou podem atuar no negócio. Se um ou todos os sócios não tiverem conhecimento, habilidade, tempo e perfil para as atividades é melhor trabalhar com colaboradores ‘contratados’.”

 

  • Acerte detalhadamente como será a repartição dos resultados

“Sugerimos que o resultado (lucro líquido) deva ser dividido pelo número de sócios +2. Por exemplo, se forem três sócios, a recomendação é de que resultado final (com receitas e recebimentos subtraídas por todos os custos, despesas, provisões e pró-labores) seja dividido por cinco. Cada um dos sócios (incluindo os sócios que já receberam o pró-labore) recebem 1/5 e o restante, ou seja, 2/5 fica para empresa como forma de fundo de garantia, caso ela venha a precisar de capital de giro ou para realizar investimentos.”

 

  • Respeito é fundamental

“Se não existe respeito e/ou crença no negócio de uma das partes, muito provavelmente ele não dará certo.”

 

  • Transparência

“A franqueadora precisa ser avisada sobre trâmites de desvinculação de algum dos sócios, caso isso ocorra. As redes possuem departamento jurídicos que orientam os franqueados nestes tipos de processos, bem como aprovar o novo modelo societário.”

 

Na prática

Formado em Engenharia Elétrica, Eduardo Caires é franqueado da rede de alimentação Divino Fogão desde 2002. Ele abriu a primeira loja no Shopping Taboão (SP), região metropolitana de São Paulo, onde trabalhou em parceria com a esposa, Edna Caires, até 2006, quando eles abriram a  segunda unidade no Shopping Campo Limpo, zona sul da capital paulista.

O engenheiro assumiu a nova loja, enquanto a esposa passou a administrar a unidade mais antiga, em Taboão da Serra.  O crescimento dos negócios chamou a atenção do sobrinho, Alessandro, que decidiu, em sociedade com sua cônjuge, Adriana,  juntar dinheiro e investir em uma unidade da Divino Fogão em Maceió (AL). Para ele, a experiência e o apoio do tio foram fundamentais para o sucesso do negócio. Atualmente, Alessandro reside em Natal (RN), onde opera duas lojas da mesma bandeira. A de Maceió passou a ser gerida pelo irmão, Leandro. Outra irmã de Alessandro, Cristiane, quis seguir a mesma trajetória e seguiu e toca uma unidade em Arapiraca, no interior de Alagoas.

“Apesar de sermos da família e atuarmos no mesmo ramo, cada empreendimento tem sua a sua própria gestão. Tentamos não interferir no modelo de atuação de cada um. Se há alguma dúvida ou a necessidade de confirmar uma informação, temos um grupo no WhatsApp que ajuda muito nessas questões”, afirma Eduardo Caires, franqueado das lojas no Campo Limpo e em Taboão da Serra.

Na avaliação do empreendedor, o fato de atuar com familiares é um ponto positivo, já se conhece bem a maneira de agir de cada um deles.

“Como todo casamento, já discordamos de alguns pontos, mas sempre há o bom senso para optar pelo melhor caminho. Posso garantir que nunca houve uma briga”.

 

De pai para filho

Matheus Freitas é franqueado da rede Jan-Pro e teve o apoio do pai, Lamartine Freitas, para começar o negócio. Só que a franquia deu tão certo que seu Lamartine quis participar efetivamente da franquia. O herdeiro conta, então, que o pai passou a cuidar das operações e da área administrativa, enquanto Matheus focava na área comercial.

“A grande vantagem de ter meu pai como sócio é que já temos uma noção de como o outro pensa, e isto nos ajuda a termos um mesmo propósito. Além disso, o processo de decisão é mais rápido e não precisamos passar por métodos complexos. Nossa comunicação também é bem simples e rápida, além de termos uma maior capacidade de transmitir os valores familiares para o negócio.”

 

Ainda de acordo com Matheus, para fazer dar certo, é muito relevante que todas as tarefas e responsabilidade estejam bem definidas. Assim, na visão dele, evitam-se conflitos nos negócios e na vida familiar.

 

Foco, força e fé

Alaíde Galasso é sócia de uma unidade da franquia OrthoDontic em Balneário Camboriú (SC). Como Matheus, da Jan-Pro, e Eduardo, da Divino Fogão, ela enxerga na unidade familiar não apenas um refúgio como uma bela oportunidade de parceria nos negócios.

“Sob a minha ótica, a intimidade possui um caráter dúplice, já que ao mesmo tempo em que podemos abordar temas que seriam caros a terceiros e empreender esforços conjuntos para solucionar os entraves que diuturnamente aparecem em qualquer empresa, essa falta de amarras pode constituir fator que, porventura, poderia desestabilizar as relações, mas que, no final das contas, sempre pode ser contornado com aquela conversa em família.”

 

Ainda na visão dela, o convívio diário com pessoas da família também contribuem para a construção de um relacionamento mais sólido entre os membros. Entretanto, é importante que cada um desenvolva seu papel de sócio com foco e crença no negócio.

 

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Por Sammy Eduardo