Balanço do setor em 2021, veja o crescimento das franquias

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Balanço do setor em 2021

Consultores comentam balanço do setor em 2021

13/04/2022

Setor mostrou resiliência diante dos desafios e agilidade para adaptar planos de negócios, criando novos produtos e serviços, dizem especialistas 

Comprovando toda a sua maturidade e dimensão na economia brasileira, o setor de franquias teve bons resultados no difícil período da pandemia mundial com aumento na expansão de redes.

É o que mostrou o balanço anual realizado pela ABF – Associação Brasileira de Franchising.

Com o faturamento das franquias no Brasil passando de R$ 167,187 bilhões em 2020 para R$ 185,068 bilhões em 2021, um crescimento nominal de 10,7%, o mercado de franquias consolidou sua curva de recuperação em 2021, compensando as perdas de 2020 e quase igualando o desempenho de 2019.

Especialistas que vivem o dia a dia do segmento, acompanhando as evoluções e desafios que as franquias enfrentam anualmente analisam o desempenho apresentado.

Entre os consultores que comentam o balanço do setor em 2021 está Sylvio Korytowski, Managing Partner da Kick Off Consultores Associados e membro do Conselho Fiscal na ABF.

Para ele, é fundamental lembrar, durante essa análise, que 2021 foi um ano atípico.

Em plena pandemia, com as lojas fechadas durante quase 4 meses, apareceu o ‘novo normal’ que de normal e novo não tinha nada.

Não podemos chamar de normal uma situação que foge do nosso controle, e nem de novo, pois o que aconteceu foi que as tendências futuras se anteciparam”, inicia ele.

De acordo com Korytowski, o consumidor, já inserido num mundo 100% digital, com uma grande interação social pelo fato de ficar em casa, adaptou seu modo de consumo para compras on-line.

“Os consumidores querem pertencer aos propósitos das marcas. Isso fez crescer o movimento dos influenciadores digitais”, destaca.

Praticamente todas as marcas tiveram que rever planos de negócios e estratégias para se adequar rapidamente à nova realidade e ao que os clientes precisavam.

Passaram a focar sua atenção na reformulação de processos, na consolidação de canais digitais de gestão, comunicação e vendas e na formatação de produtos e serviços novos.

Em muitos casos, foi até possível acelerar o crescimento ou abrir novos nichos de atuação.

Foi um aprendizado profundo em um curto espaço de tempo. O setor sai mais ágil, flexível e alinhado às demandas da transformação digital”, explica André Friedheim, presidente da ABF.

As marcas tiveram que se reinventar, buscando novos canais de venda e novas alternativas para performar em tempos de incerteza, este exercício acabou gerando uma nova movimentação no mercado”, completa Fernando Loureiro, Diretor de expansão Loureiro Consultoria em Franquias.

 

Crescimento das Redes

De acordo com balanço do franchising em 2021, houve um aumento de 9,1% no total de unidades de franquia na comparação com 2020, e de 6,2% em relação a 2019, totalizando 170.999 operações.

A mortalidade foi de 5,5%, retornando a patamares próximos ao período pré-pandemia.

Esse crescimento chama a atenção e mostra a força do setor por ter sido registrado ainda em um ano bastante afetado pela pandemia e todas as consequências sociais e econômicas que ela acarretou.

Vários são os fatores que podem explicar os dados, mas de acordo com André Friedheim, presidente da ABF  a aceleração de planos de expansão por parte das redes e o investimento em modelos alternativos para gerir os negócios são alguns deles.

As redes não apenas mantiveram, como aceleraram seus planos de expansão, resultando no expressivo crescimento do total de unidades do grupo e na elevação do piso de ingresso.

De outro lado, Alimentação, um dos segmentos mais tradicionais do setor, abriu espaço para outros ramos, incluindo B2B.

Notamos também que muitas redes alavancaram seu crescimento com modelos alternativos de operação, principalmente home based e virtual”, explicou no evento de divulgação do estudo da ABF.

Já as empresas, segundo o consultor Sylvio Korytowski, tiveram que se reinventar, uma vez que, com lojas fechadas, cresceu o delivery.

No ramo de alimentação tiveram marcas que se destacaram nesse quesito, criando algumas ‘dark Kitchens’ para atender essa demanda e houve um crescimento de novas unidades franqueadas”, explica ele.

Todos os setores foram desafiados pelo momento pandêmico e, de acordo com o balanço anual, todos os 11 segmentos elencados pela Associação Brasileira de Franchising tiveram crescimento em 2021 na comparação com o ano anterior.

Pelo segundo ano consecutivo, os principais destaques foram Casa e Construção, com alta de 19,3%, e Saúde Beleza e Bem Estar, com elevação de 10,5%.

O segmento Casa e Construção, por exemplo, passou por uma grande ressignificação, pois passou a ser base forte para atividades de trabalho (home office), de estudo, lazer e convivência, o que acabou impulsionando a realização de reformas e até a mudança de endereço, aquecendo os serviços do setor.

O segmento de Saúde, envolvendo redes de clínicas e farmácias, por exemplo, registrou maior demanda por estar diretamente ligado à pandemia e necessidade de mais serviços e informações por parte dos consumidores.

Por sua vez, com o redirecionamento de recursos que seriam usados em viagens e lazer externo, por exemplo, para cuidados pessoais e estética, beneficiou o segmento de Saúde Beleza e Bem Estar.

 

Resiliência do setor

Na opinião de Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt, entre os consultores que comentam o balanço do setor em 2021, resiliência e criatividade são as chaves do franchising nacional.

Mesmo depois de um período no qual a maior pandemia do século balançou os pilares de nossas certezas da economia e da vida, o setor se mostrou um refúgio para os investimentos e a saída que os brasileiros buscaram numa hora de tanta incerteza”, analisa ela.

Não à toa é falar na questão da resiliência, pois as adaptações e o crescimento das modalidades virtual e do home based confirmaram que nós brasileiros enxergamos e entendemos a hora e o modo de investir em franquias. Numa constante leitura das condições e modos de vida da realidade que nos cerca”, destaca a consultora.

De acordo com Lyana, as franquias que preencheram o espaço do B2B também são destaque, por enxergarem no processo de transformação das relações empresariais um meio de escalar soluções fundamentais e continuar a colocar o Brasil na rota do desenvolvimento baseado na inovação.

Por ser um porto mais seguro, tanto para empreendedores, quanto para investidores, nosso setor é fundamental para quem quer fixar os pés com segurança em mercados diversos, tendo por trás uma expertise de sucesso já comprovada. Reflexo disso foi o crescimento no top 10 das franquias quanto ao número de unidades abertas”, explica ela, referindo-se ao estudo “50 Maiores Redes de Franquias do Brasil por Número de Unidades”,  outro estudo divulgado pela ABF.

O levantamento atual mostrou que 21 redes entre as TOP 50 atingiram a importante marca de 1.000 unidades, ante 16 no ano passado e 17 em 2020 – 46 delas são brasileiras e 43 têm sede no Sudeste.

A análise dos dados mostrou que o número mínimo de unidades das Top 50 aumentou 29% na comparação entre 2020 e 2021, passando de 315 para 406 operações.

O total de unidades das 50 maiores subiu 23% no mesmo período.

 

Investimento e reinvenção para superar desafios

Para os consultores que comentam o balanço do setor em 2021 os números também são indicativos de como as franquias são promissoras opções de investimento agora e para os próximos períodos.

De acordo com Fernando Loureiro, da Loureiro Consultoria em Franquias, com a diminuição de medidas restritivas e o aumento considerável do fluxo no comércio em geral, o mercado apresentou excelente recuperação para 2021.

E ainda existe uma forte demanda represada dos últimos anos que, com certeza, se refletirá nos próximos resultados que serão ainda mais positivos.

Acredito que quem estiver bem posicionado apresentará números expressivos para 2022.

No segmento de Alimentação posso afirmar que tivemos crescimento recorde em 2021 e estamos muito confiantes que 2022 será ainda mais positivo”, conclui Loureiro.

Para Sylvio Korytowski, da Kick Off, a crise levou a duas situações em relação a novos candidatos a ter uma franquia.

Uma: os candidatos sem perspectivas de emprego que buscaram um negócio próprio como alternativa de salário.

O outro modelo foi o investidor que, por conta da taxa Selic até metade do ano estar baixa, viu oportunidade de investimento num setor que tem baixo risco e remunera a taxas bem interessantes.

Além disso, os ativos imobiliários caíram de valor oferecendo oportunidades de locação menores, sem cobrança de luvas”, detalha ele.

Na visão de Lyana Bittencourt, do Grupo Bittencourt, outro ponto da maturidade trazido na pesquisa é o fato de haver também um aumento significativo das unidades de franquias ligadas às empresas de capital aberto.

Um sinal de maturidade e de consciência muito acima da média de muitos países, mostrando que estamos num caminho virtuoso e prontos para continuar girando a roda dos negócios no Brasil, aumentando a participação social nos negócios do franchising como um todo”, acredita ela.

Entre os consultores que comentam o balanço do setor em 2021, Fernando Loureiro analisa que cada vez mais os empreendedores terão que se movimentar e reinventar para dar conta da demanda que tende a crescer com a normalização e retomada das atividades.

Os tempos de incerteza trouxeram um amadurecimento obrigatório para o mercado, vejo um cenário muito positivo para o futuro.

As redes hoje operam com grande ganho de eficiência e despesas mais enxutas.

Outro fator que puxou o crescimento foi o aumento na busca em empreender em novos negócios, muitos assalariados buscaram no mercado novas oportunidades e as redes conseguiram capitalizar bem esta demanda”, conclui ele.


Fonte: DFreire

 


 

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