A Associação Brasileira de Franchising (ABF) anuncia o desempenho do setor de franquia no Brasil, em 2007, após uma análise criteriosa de mais de mil redes franqueadoras e dos indicadores que impactam os resultados dessas empresas.
De acordo com o levantamento, no ano passado, o sistema de franchising registrou um faturamento recorde de R$ 46 bilhões, que representou um aumento de 15,6% em relação a 2006, o maior crescimento dos últimos sete anos.
Para a ABF, os motivos principais desse desempenho foram o bom momento da economia do país e o aumento significativo (18,2%) de empresas que ingressaram ou adotaram em 2007 o sistema de franquia como estratégia de desenvolvimento.
Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF, afirma que o aumento de empresas que buscam o sistema de franquia também cresceu muito no ano passado nos Estados Unidos e o Brasil seguiu essa tendência. Nos EUA, nos últimos dois anos, o número de marcas passou de 2.100 para 3 mil. No Brasil, o número de redes passou de 1.013 em 2006, para 1.197 em 2007, uma variação de 18,2%. Se levar em conta os últimos dois anos, o aumento das marcas brasileiras foi superior a 23%.
Houve, ainda, um incremento no número de unidades franqueadas, passando de 62,5 mil para 65,5mil em 2007, alta de 4,7%.
Em 2007, o sistema de franchising criou 30 mil novos postos de trabalho, totalizando atualmente 594 mil empregos diretos. O bom desempenho do setor é reflexo do aquecimento da economia, que com o aumento do poder aquisitivo da população tem favorecido o consumo`, explica Camargo.
A expectativa para 2008 é de continuar com bons resultados. A ABF trabalha com a projeção de um crescimento em torno de 8% a 9% no faturamento e como houve um grande avanço no número de marcas em 2007, a tendência é que este ano haja expansão entre 6% e 7% no número de unidades franqueadas.
Segundo o levantamento da ABF, entre os setores que mais se destacaram no ano passado estão o de Acessórios Pessoais e Calçados, com um acréscimo de 24,4% no faturamento, seguido de Negócios, Serviços e Outros Varejos, com 24,2%, Informática e Eletrônicos com 20,4% e Hotelaria e Turismo com 17,6%.
O bom desempenho de Acessórios Pessoais e Calçados se deve ao aumento da exportação nesse segmento e também a entrada de novas marcas no sistema, entre elas Carol Gregori, Dumond, Fast Runner, Victor Hugo e Triton Eyewear. O setor registrou acréscimo de 40% no número de marcas. Contribuíram significativamente para o crescimento do faturamento desse setor Via Uno, Santa Lola e It Beach.
No segmento de Negócios, Serviços e Outros Varejos que reúne diversos setores, os principais responsáveis pelo crescimento foram lojas de conveniências, empresas de logística, correios, loterias, lojas de crédito, supermercados e livrarias/ papelarias.
Em Informática e Eletrônicos a redução dos preços de computadores, impressoras, câmeras digitais e outros eletrônicos, além da redução nos impostos que envolvem esse mercado, contribuíram para o crescimento. Atualmente, o Brasil é o quarto país do mundo em venda de PC`s, atrás dos Estados Unidos, China e Japão. Novas redes também passaram a integrar este setor como Linkwell, TV Bus, VileSoft e Magoweb, entre outras.
O segmento de Hotelaria e Turismo se beneficiou com a queda do dólar e com o aumento do crédito, registrando aumento no faturamento e também no número de redes, com variação de 15,4%. As redes que mais contribuíram para o crescimento do setor foram Pax Voyage, Flytour, Accor Hotels e Experimento.
Alimentação que é um dos segmentos que costuma registrar bons índices de crescimento obteve no ano passado aumento de 17% no faturamento, superando a cifra dos R$ 7 bilhões.
Os segmentos de Móveis, Decoração e Presentes e o de Vestuário tiveram faturamentos muito próximos, sendo 13% e 12,9% respectivamente.
Esporte, Saúde e Beleza, obteve um faturamento 10,5% maior que em 2006 e registrou um aumento de 24,7% no número de redes.
O segmento de Veículos, por sua vez, registrou aumento de 4,4% no faturamento, acréscimo de 3,3% no número de redes e decresceu 3,7% em número de unidades. Isso se explica, principalmente, pela redução nas franquias de serviços de estacionamento e oficinas.
Limpeza e Conservação, Educação e Treinamento, e Fotos, Gráficas e Sinalização, registraram crescimento de 6,1%, 5,7% e 5,3%, respectivamente.