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Melhor, Impossível

18/11/2013

Jornal Estado de Minas – Humberto Siqueira – 03/11

Segmento confirmou previsões otimistas e anuncia crescimento cinco vezes maior que o PIB para este ano, com expectativa de manter o ritmo em 2014.

Poucos segmentos podem se orgulhar de crescer numa média acima de dois dígitos há mais de uma década. O franchising é um deles. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) anunciou quinta-feira, durante sua 13º convenção, uma previsão de crescimento do setor para este ano cinco vezes maior que o Produto Interno Bruto (PIB) e também as expectativas para 2014. A entidade estima um salto de 14% este ano, alcançando faturamento de R$ 117 bilhões.

Na avaliação da presidente da ABF, Cristina Franco, o ambiente econômico do ano foi instável, mas o setor manteve seu ritmo de crescimento acima dos 10% devido às inaugurações previstas anteriormente e ao poder de compra da população, que se manteve no período.

Com esses números em mãos, a associação concentra esforços em evidenciar ao governo a relevância do setor para a economia e a sociedade. "Queremos ser protagonistas desse novo modelo econômico que está surgindo no Brasil, baseado em empreendedorismo, governança e sustentabilidade", afirma Cristina. "As franquias geram renda, levam produtos e serviços para os locais mais distantes do país e contribuem significativamente para a formalização do mercado e capacitação de mão de obra", completa.

Para 2014, as projeções também são de crescimento. A entidade calcula que o faturamento do setor deva ter um crescimento de 13%, com incremento de 9% de inaugurações e 8% de novas marcas. Para Artur Grynbaum, presidente do grupo O Boticário, a Copa do Mundo pode ser até prejudicial, se for decretado feriado nos dias de jogos da Seleção Brasileira. "Fizemos um cálculo. E isso poderia representar um prejuízo de 1,2% no faturamento anual", diz. Por outro lado, na avaliação de Gustavo Schifino, vice-presidente da ABF, "a expansão do crédito, que continua ocorrendo, o bom desempenho no Dia das Crianças e a queda na inadimplência são bons indicadores".

Para o diretor-executivo da ABF, Ricardo Camargo, o ritmo de abertura de lojas será um pouco menor. "Já sabemos que a inauguração de oito shoppings centers foi postergada. Para o ano que vem, a previsão é de 35 a 40 novos shoppings no país." Segundo ele, o que manteve o índice de novos pontos foi o crescimento das lojas de rua e/ou strip centers. "A interiorização das marcas está contribuindo para o aumento da abertura de lojas de rua, pois, em muitas cidades, é na rua que o comércio ocorre", acrescenta. Ocupando o terceiro lugar no mundo em número de franquias, mais de 90% das redes que operam no país são nacionais.

Aposta

Em 2014, de 30 a 40 marcas estrangeiras devem desembarcar no país. Hoje, são 168 redes no total. Por outro lado, a ABF renovou o acordo com a Apex e continua incentivando as marcas brasileiras a iniciar o processo de internacionalização. Atualmente, 122 marcas já fincaram pé em terras estrangeiras e, no próximo ano, mais 20 devem seguir esse caminho. Para Antônio Alberto Saraiva, presidente do grupo Habibs, as empresas deveriam investir mesmo é no Brasil "Acredito que 2014 será o melhor dos últimos cinco anos. Então, vou apostar no crescimento aqui dentro. Preparamo-nos para isso. Creio que teremos melhores resultados aqui do que fora", defende.

Na avaliação de Artur Hipólito, coordenador do comitê de microfranquias da ABF, as franquias de baixo investimento levarão o Brasil à liderança mundial em número de marcas. "O valor baixo tem uma relevância muito grande. É um conceito que veio para ficar. No ano passado, o segmento cresceu 23% em faturamento e 9,5% em número de redes. E este ano está sendo tão bom quanto. Percebo pelas minhas marcas", diz ele, que é presidente do grupo Zaiom, que conta com sete marcas de franquias, entre elas a Tutores, a Home Angels e a Doutor Faz Tudo.

Como a procura por essas empresas cresceu consideravelmente, a própria ABF está fazendo um manual orientando os interessados sobre como escolher uma microfranquia. "Em breve deveremos ter também uma linha de microcrédito especial para interessados em adquirir uma franquia. Seria a primeira do Brasil. Falta estímulo ao pequeno empreendedor. A dificuldade para abrir uma empresa é absurda. É muito raro um microempresário conseguir um empréstimo bancário se a empresa tiver menos de três anos", critica.

Este é o canal

Projeções feitas por especialistas em franchising apontam para o incremento de aquisições de marcas por fundos de investimentos, como já vem ocorrendo.

Na avaliação de Cláudia Bittencourt, diretora-geral do Grupo Bittencourt, tudo leva a crer num bom ano para o setor em 2014. "Acredito que as microfranquias vão abrir muitas unidades. Assim como empresas voltadas para a área de saúde, beleza, limpeza e conservação. Vejo também um bom potencial naquelas marcas de bolo e doces", diz.

O ano deverá trazer ainda novas aquisições de marcas por grupos consolidados no franchising e por fundos de investimento, como já vem ocorrendo. "Acabamos de ver a Body Shop ser adquirida pela Loreal. Antes, já tínhamos visto o Wizard incorporando o Yázigi e outras empresas de educação e o Brazil Fast Food Corporation (BFFC), dona do Bob's e da Pizza Hut no Brasil, comprar a rede de frozen yogurt Yoggi, entre outras aquisições", lembra.

Outro movimento que a especialista vê como tendência é o de grupos consolidados, com importantes marcas de franquias, lançarem marcas para dar ao franqueado nova oportunidade de negócio e, ao mesmo tempo, aproveitar sua estrutura e know-how no setor para ampliar o grupo. "Algo como o Habibs fez, ao lançar um fastfood de culinária italiana, o Ragazzo, e a Box30, casa de salgados. Ou como o grupo Boticário, que lançou outras redes, como a Eudora e a Quem disse Berenice", esclarece. "Em termos de fundos, podemos citar a compra da rede Mundo Verde e da CNA", completa.

Por fim, Cláudia diz esperar uma intensificação de indústrias buscando franquias como canal de vendas. Lupo, Tip Top, Havaianas e Hope são exemplos de empresas que já fizeram esse caminho. Segundo Sylvio Korytowski, gerente de expansão da Hope, esse reposicionamento da marca tem se mostrado cada vez mais importante. "Temos hoje 121 franquias e fornecemos para 4,3 mil pontos multimarcas. E as lojas Hope já representam 37% das nossas vendas", comemora.

Repaginada

A empresa, que tem 47 anos, só entrou no franchising há sete. Sylvio explica que a franquia se tomou uma necessidade diante de um reposicionamento da marca. "As lingeries deixaram de ser um produto qualquer e passaram a ser moda. Os desfiles das peças ganharam muito peso, até por ser um artigo que mexe com a autoestima feminina. Aí, começamos a nos repaginar. Tomamo-nos uma marca mais premium, com linhas diferenciadas para a noite e a praia, por exemplo, e grandes personalidades como garotas-propaganda, a exemplo de Daniella Cicarelli, Juliana Paes e Gisele Bundchen. Isso pediu uma loja à altura e foi o que fizemos no modelo de franquia", explica.

A primeira loja, inaugurada em dezembro de 2005, foi mantida como piloto por 13 meses. "Com ela levantamos as dificuldades e melhoramos sistemas para poder replicar o modelo. Mesmo depois de vender franquias, optamos por uma expansão lenta nos primeiros três anos, para fazer todos os ajustes que identificávamos. Isso foi muito positivo, pois não frustrou franqueados e nos possibilitou um modelo de negócio muito bom", lembra.

Com unidades em Israel, Bolívia, Argentina e Portugal, a Hope demanda investimento total de R$ 350 mil, com taxa de franquia de R$ 45 mil. O retomo vem entre dois e três anos e a retirada média do proprietário é de R$ 15 mil.

Uma loja por dia

O transtorno ao tocar uma reforma é algo que só quem experimentou consegue conceber E desperdício de material, atraso nos horários combinados com os profissionais e, por vezes, na entrega do serviço, entre outros problemas.

Foram exatamente essas trapalhadas que levaram o empresário David Pinto a criar a rede Doutor Resolve Reparos & Reformas. A empresa, especializada na prestação de serviços de alvenaria, pintura, elétrica, hidráulica, jardinagem e instalações, iniciou as atividades em 2010 e, em apenas três anos, já ocupa o 179 lugar entre as maiores franquias do Brasil, com mais de 700 unidades. "Em 2011, abrimos uma loja por dia e fomos a rede que mais cresceu no país. A Dr. Resolve chegou oferecendo pontualidade, mão de obra de qualidade, garantia do serviço, contrato assinado com os termos acordados. Deu muito mais tranquilidade e segurança ao contratante", pondera ele, que tem 37 franqueados em Minas.

O sucesso em terras tupiniquim chamou a atenção dos vizinhos colombianos e a rede começou a atuar naquele país em julho. Já são 110 unidades por lá. No Brasil, o plano é fechar o ano com 900 unidades e, em 2014, entrar para o seleto grupo das marcas com mais de mil unidades.

A experiência no ramo da construção civil fez com que o empresário percebesse um gargalo na mão de obra, o que o levou a abrir uma segunda rede de franquia.o Instituto da Construção Formação Profissional. O foco é a capacitação de mão de obra para o setor. Mas o carro-chefe da grupo é realmente a Dr. Resolve. Este ano, David estima crescer 30% e faturar R$ 350 milhões. A franquia tem investimento total entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, dependendo da praça, e faturamento bruto na ordem de R$ 30 mil.

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