Rede de restaurante nasce das comidas feitas no fogão à lenha

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Rede de 182 restaurantes nasceu de receitas que avó fazia no fogão à lenha

26/10/2017

UOL – Gabriel Navajas – 25/10

Um caderno de receitas com comidas de avó do interior foi a inspiração para a criação do que hoje é uma das principais redes de comida regional do país, o Divino Fogão.

A ideia surgiu há mais de 30 anos, quando Reinaldo Varela, 58, e mais dois primos começaram o negócio, aproveitando as receitas que a avó Luiza Marques de Oliveira, a vó Isa, criava e guardava em um caderno escrito à mão por ela. Os pratos eram preparados num fogão à lenha na fazenda da família em Mirandópolis (594 km a noroeste de São Paulo).

Em 1984, Varela e os primos abriram o São Paulo I na capital paulista. O investimento inicial não foi divulgado. O restaurante teve o nome alterado para Divino Fogão em 2008.

Quatro anos depois da inauguração, os primos Álvaro Marques de Oliveira, veterinário, e Luiz Antonio Marques de Oliveira, administrador de fazenda, deixaram a sociedade porque queriam voltar para o interior e retomar as antigas profissões.

Varela, administrador de empresas, comprou a parte deles e passou a tocar o negócio com a mulher, Nani. Seis anos depois, ele abriu a primeira franquia.

Hoje a rede tem 182 unidades no país e deve chegar a 190 até o final do ano. O faturamento e o lucro do ano passado não foram divulgados.

Nós queríamos que o restaurante tivesse receitas da nossa avó, que cozinhava muito bem. Desejávamos trazer de algum jeito o cardápio de fazenda para São Paulo. Pegamos as receitas e passamos aos cozinheiros.

Entre as receitas da avó que entraram para o cardápio do restaurante estão polenta frita, galinhada, rabada, arroz carreteiro e frango alho e óleo. O tempero de cada uma foi adotado pela rede.

Segundo ele, os netos de Isa sempre ficavam à beira do fogão à lenha na fazenda, ouvindo as histórias da avó e acompanhando a preparação dos pratos. As receitas nunca chegaram a ser publicadas em livro.

Em 2008, mesmo ano da morte da avó, a rede passou a se chamar Divino Fogão. A mudança de nome veio com a abertura de uma unidade em Campina Grande (PB), a primeira fora do Estado de São Paulo e a 50ª da rede.

Varela diz que não fazia mais sentido o restaurante se chamar São Paulo I. Alterou a marca para Divino Fogão após concurso com sugestões de clientes.

Hoje, o cardápio do Divino Fogão oferece também outros pratos tradicionais da fazenda, como torresmo, linguiça, tipos diferentes de arroz, carne de panela com banana da terra, carne de sol com mandioca cremosa, costelinha suína com molho de goiaba e frango com quiabo, além de 17 combinações de saladas, grelhados e sobremesas. O quilo custa R$ 58,90. O cliente gasta, em média, R$ 26,90 em uma refeição.

Para Cesar Akira Yokomizo, professor da FIA Business School e Senac São Paulo, especialista em estratégia, inovação e empreendedorismo, o Divino Fogão apresenta diferenciais que cativam o cliente, como oferecer um local com clima caseiro.

“A rede não é a opção mais barata, mas o cliente vai atrás de produtos de excelente qualidade e com sabor genuinamente brasileiro. A rede é muito habilidosa para continuar aderente a seu posicionamento: não brigar por preço, mas por diferenciais”, afirma.

O professor, porém, alerta para os cuidados que a empresa precisa tomar para se manter bem no mercado.

“O sucesso futuro da rede dependerá de um correto monitoramento das tendências no setor de alimentação fora de casa, como por exemplo, opções que não sejam apenas saborosas, mas que tenham um apelo nutricional em termos de saúde”, diz.

Segundo ele, nesse campo, outras opções de restaurantes já se posicionaram anteriormente ao Divino Fogão. “Saber entender as tendências e se antecipar a elas é importante para a continuidade desse negócio exitoso.”

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