Apesar de ainda serem minorias no Brasil a frente de redes de franquias, gestoras contam como o empreendedorismo feminino é capaz de impulsionar mais mulheres a abrirem seu negócio próprio
Quando o assunto é mulheres na liderança de negócios, elas ainda ocupam uma fatia pequena do mercado.
No franchising, por exemplo, das 3 mil redes de franquias no Brasil, apenas 19% delas são lideradas por mulheres, segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising), referente a 2023.
As mulheres vêm conquistando cada vez mais seu espaço e posição, mesmo que ainda de forma tímida.
Conheça quatro histórias de mulheres que empreendem com o franchising e estão na liderança dos negócios que comandam.
São jovens, mães, mulheres que largaram uma carreira estável para empreender, enfim, são mulheres com diferentes perfis que assumem uma posição importante e mostram que lugar de mulher é onde ela quer estar!
De pai para filha
Ana Carolina da Silva, de 23 anos, é diretora geral da franquia AF Crédito Soluções Financeiras.
Ela que herdou o bastão do pai no negócio entrou na empresa para “quebrar um galho” na parte financeira, já que sua paixão era seguir na área da saúde.
Mas não teve jeito, com o tempo ela ganhou espaço no negócio e conquistou sua vontade em trilhar esse caminho ao lado do pai, se tornando o seu braço direito na empresa.
Ela que acaba de concluir o curso de Gestão Comercial e dá início ao MBA de Gestão de redes de franquias, hoje é a responsável geral de toda equipe, analisando indicadores de desempenho diariamente, suporte, como também está por dentro de todas as negociações, novidades e comunicação com os franqueados.
“Ser tão jovem e desempenhar um papel tão importante no ramo em que atuamos, onde ainda somos minoria, é muito difícil.
Por diversas vezes em reuniões observei olhares preconceituosos, falas depreciadas.
E por esse motivo já me peguei tendo aquela velha síndrome da impostora que ultrapassa gerações.
As pessoas sempre acham que por você ser jovem e mulher, você não tem conhecimento, não tem potencial, não está fazendo o suficiente.
E o que eu aprendi com todas essas situações foi a ter força e olhar para dentro de mim e reconhecer o meu potencial, focar no que eu sou boa.
Nós não somos o que o outro diz e por mais jovem que eu seja eu sempre soube muito bem onde queria e quero chegar e ninguém pode me dizer o contrário”, finaliza a diretora.
Trocou o Exército pelo franchising
Isabella Marcon Guerim, de 40 anos, deixou para trás um emprego estável e com carreira promissora no Exército Brasileiro para viver do próprio negócio e hoje comanda o departamento de expansão da franquia Instituto Visão Solidária (IVS), rede do setor óptico, na qual é sócia, e faturou em 2023 mais de R$ 17 milhões.
Formada em farmácia bioquímica, lecionava em uma universidade de Curitiba até que foi convocada pelas Forças Armadas do Exército Brasileiro a atuar como Oficial de Saúde.
Essa jornada durou seis anos, na qual Isabella enfatiza que vários ensinamentos dessa época refletiram na atuação dos seus negócios que viriam a surgir anos depois.
Em apenas um ano de militarismo, Isabella conquistou o capital necessário para dar o pontapé inicial e ter o primeiro negócio.
Ela sempre optou por negócios no franchising e já foi franqueada de clínica de estética e masterfranqueada de uma escola bilíngue, e hoje comanda os negócios da empresa Opening Doors, que administra junto a seu esposo, Hilston Guerim.
O negócio é especializado em mentoria e consultoria empresarial de forma individualizada, ou seja, ajuda empresários a saírem de resultados mediados e faturar milhões.
Empreendedora e visionária, Isabella gosta de diversificar seus negócios e quando enxerga uma boa oportunidade se agarra a ela.
Foi em uma de suas mentorias que conheceu o empresário Tony Cozendey, fundador da marca Instituto Visão Solidária, franquia especializada no setor óptico, e se tornou sócia do negócio e hoje fica a frente da expansão da franquia, que somente no seu primeiro ano de sua gestão cresceu 550%.
De pulso firme, Isabella sabe muito bem aonde quer chegar e como fazer para alcançar seus objetivos.
Ela afirma que nunca teve dificuldades em estar em ambientes onde a maioria ainda é os homens que dominam, algo muito frequente em ambientes empresariais.
“Sei que ainda existe a diferenciação, o preconceito de acreditarem não darmos conta, porém, com competência e dedicação isso é facilmente combatido”, diz.
Isabella usa a seu favor um poder que somente as mulheres têm, o sexto sentido, para capacidade de realização.
“As mulheres são mais resilientes, não desistem fácil e enfrentam as adversidades de uma forma mais leve e superável.
É necessário acreditar na sua habilidade, vontade e sonho, para então conquistar o que desejar.
Não dá para parar enquanto isso não acontecer e, mais, fazemos tudo isso em cima do salto (risos)”, finaliza a empresária.
Fonte: Fatos&Ideias Comunicação