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Franquias esperam mudanças no sistema de concessão de aeroportos

29/10/2015

DCI – Sammy Eduardo – 24/10

Com repasse administrativo entre Infraero e concessionárias da iniciativa privada, negociações em locação e contratos podem ficar mais simples; setor também aposta em queda nos preços

O repasse das concessões dos aeroportos para a iniciativa privada tem animado as franquias que buscam operar nos terminais aeroviários do País. A troca administrativa traz mais transparência e liberdade na hora de negociar os custos da operação nesses locais, como aluguéis e condomínios, segundo empresas ouvidas pelo DCI.

A Associação Brasileira de Franchising (ABF) também considera positiva a mudança para administradoras particulares, visto que elas proporcionam um espaço que atrai mais os consumidores. "Esse é um dos legados que a Copa do Mundo nos deixou. O franchising sempre quer ocupar bons espaços, onde o mix para o consumidor esteja mais adequado às suas necessidades", diz a presidente da entidade, Cristina Franco.

De olho nessa evolução, a varejista de óculos Chilli Beans inaugurou 20 unidades em terminais aeroviários só neste ano. A marca atua em aeroportos de todas as capitais do Brasil, com exceção de Porto Alegre e João Pessoa.

"Sempre tivemos um bom relacionamento com a Infraero, mas a mudança para as concessionárias ajudou muito nas negociações como um todo. Ficou mais rápido, garantindo agilidade na operação como um todo", explica o gerente de franquias e expansão da Chilli Beans, Eduardo Félix. Ao todo, a rede possui 680 pontos de vendas, inclusive a recém-inaugurada no aeroporto de Bogotá, na Colômbia.

"A operação em aeroportos é muito importante para nós, principalmente porque o nosso produto é um atrativo para viagens", afirma Félix, que, no entanto, conta que o custo de operação nesses ambientes também é mais caro em comparação às lojas de rua e em shoppings centers. "A locação das unidades nos terminais chega a custar entre 15% e 17% do faturamento das lojas. Em shoppings e lojas de rua, por exemplo, esse índice fica na média dos 12%", diz.

Viabilidade

Os altos custos de operação nos aeroportos levaram a rede de alimentação Rei do Mate a ter mais cautela com a abertura de unidades nesses centros. Mesmo assim, a empresa também acredita que a mudança de concessão pode beneficiar o mercado de franquias brasileiro como um todo.

"As concessionárias melhoraram os espaços e a Infraero, para não ficar para trás, teve de melhorar os locais que administra. Ainda assim, é preciso estudar muito bem antes de iniciar uma operação em aeroporto", afirma o diretor de expansão do Rei do Mate, João Baptista. A empresa possui unidades nos aeroportos de Guarulhos, Campinas, Manaus e Rio de Janeiro (Galeão e Santos Dumont).

Para Baptista, a mudança nas concessões melhorou até mesmo os processos que envolvem a concessionária estatal, já que ela precisou se adaptar a um mercado mais competitivo. "O nosso relacionamento com a Infraero melhorou muito nesse intervalo entre o início das concessões e agora. Esse ganho foi baseado em como as concessionárias da iniciativa privada negociavam seus espaços", explica.

Os contratos de locação entre Infraero e franquias é feito através de licitação, onde o maior lance se torna vencedor e a rede ganha um contrato de dez anos para atuar no local. Já nas concessionárias, como GRU Airport, por exemplo, o preço é baseado em estudos da própria administradora. Os contratos também são menores, com possibilidades de vínculos de 36 meses ou mais.

"Nas novas concessões, os valores de locação são mais adequados ao local, mas ainda assim são elevados. Esse é o motivo pelo qual as empresas que atuam nesses lugares elevaram os preços dos seus produtos. Elas têm de buscar rentabilidade, senão a conta não vai fechar", diz ele.

No caso da Rei do Mate, os custos com locação, segundo Baptista, chegam a 20% do faturamento em alguns casos. "Com a Infraero, não há possibilidade de negociar valores, pois a licitação não permite isso. Com as concessionárias funciona de forma mais mercadológica, pois eles já apresentam às franquias um estudo com números sobre o fluxo de pessoas no aeroporto", afirma Baptista.

Para o diretor, o Custo Total de Ocupação (CTO) ideal para operação das lojas seria de 10% do faturamento. Em shoppings e, principalmente, nos aeroportos esse percentual fica acima do necessário na opinião dele. "Com essa conta, os preços dos produtos seriam mais baratos também", ressalta. Hoje, com concessionárias ou mesmo com a Infraero, o mínimo do CTO desembolsado pelas lojas é de 15%.

Tanto Rei do Mate quanto Chilli Beans, mesmo com os custos elevados, garantem que as operações nos terminais têm obtido rentabilidade.

Transparência

No último dia 20, a ABF participou de audiência pública em Brasília em busca de maior transparência na negociação de locação entre franqueados e administradoras de espaços comerciais. "Temos fomentado uma relação com os shoppings para que possamos operar de forma rentável. Eles não querem espaços vazios e nós não queremos deixar de operar. É assim também hoje nos aeroportos", finalizou Cristina Franco, da ABF. Atualmente, a associação calcula que 23% das lojas em terminais aeroviários são franquias. Em shoppings, esse indicador pode chegar a 60% em alguns casos.

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