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‘Empreender não é moda, é compromisso’

14/12/2015

Diário da Região – Beto Carlomagno- 10/12

Rio Preto é reconhecida nacionalmente como um celeiro de franquias. Daqui saíram algumas marcas que acabaram conquistando todo o Brasil e até mesmo outros países. Atualmente, Rio Preto é a terceira cidade do Estado de São Paulo com mais sedes de franquias, atrás apenas de São Paulo e Campinas. E Rio Preto é, também, a cidade natal de Cristina Franco, presente da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

“Saí daqui com 16 anos, mas tenho em mim essa veia empreendedora”, conta. Cristina  participou de uma palestra promovida pela Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp) e o Rotary Club Palácio das Águas, conversou com o Diário sobre o setor de franquias em 2015, perspectivas para 2016, e deu dicas para quem está pensando em investir.

Diário da Região – Para começar, gostaria que fizesse uma avaliação de como foi o ano de 2015 para as franquias?

Cristina Franco – O franchising é um setor bastante resiliente, ele tem a capacidade de suportar a crise de uma forma diferente de outras áreas da nossa economia. Claro que não somos isolados do cenário econômico brasileiro, mas chegamos por último na crise e saímos primeiro. A razão para isso é o nosso lema de estar sempre alerta, tanto o franqueador quanto o franqueado. Não tem time impactado pelo mau humor e pela tristeza que vai ganhar jogo. Time que ganha jogo é time que está motivado, com foco. Esses são os elementos que fizeram que o franchising tivesse, até o terceiro trimestre de 2015, 10,1% de crescimento no seu faturamento e devemos fechar o ano com alta de 8% a 9%, o que será uma vitória diante do Produto Interno Bruto (PIB) em queda.

Diário – Rio Preto se destaca quando o assunto é franquias. Queria que comentasse o desempenho e a importância local no setor?

Cristina – Rio Preto é um celeiro de franchising, sem dúvidas. Temos histórias de sucesso que surgiram aqui e na região e ocuparam todo o território nacional e até internacional. Um dos exemplos clássicos é a Microlins, outro é a Igui Piscinas, que hoje atua em diferentes países e é a marca que mais exporta franquias no Brasil. Sou rio-pretense e reconheço que isso tudo tem muito a ver com o espírito da região. Os empresários daqui sabem fazer trabalho colaborativo, são rápidos. Rio Preto é uma cidade que tem um DNA de pujança e o franchising se estabeleceu tanto com rio-pretenses fundando marcas de sucesso quanto com rio-pretenses comprando marcas e trazendo para a cidade.

Diário – Para 2016, as expectativas são de mais um ano difícil, ainda com PIB em queda. Para o setor, quais são suas apostas?

Cristina – Pelas características e premissas do franchising de sempre se antecipar ao que vem, é fato que estamos preparados. A dica da ABF para o próximo ano é produtividade. É você fazer mais com menos. Mais com menos no sentido de otimizar o tempo de sua equipe. Mais com menos no sentido de renegociar com sua cadeia logística e de fornecedores para que os custos sejam reduzidos e, assim, garantir seu lucro em um momento de crise. Renegociar com a indústria imobiliária os custos de ocupação revistos para esse momento de baixo consumo. E estar motivado para conquistar o consumidor que está mais receoso com este cenário de instabilidade política, moral e econômica. Para nós, 2016 deve ser de crescimento, ainda, mas será um crescimento conservador.

Diário – Cristina, e para aqueles que estão pensando em adquirir uma franquia, qual seu conselho?

Cristina – Este é o momento de empreender, sim. Quem começa em um cenário de recessão, sai mais forte. A economia é cíclica e o Brasil é uma das três maiores potências em termos de mercado consumidor em todo o mundo. Temos uma grande quantidade de brasileiros que formam a massa trabalhadora. Mesmo que a gente tenha uma profunda depressão com 10%, 15% de desemprego, você ainda tem 100 milhões de pessoas trabalhando. Onde tem gente trabalhando, tem consumo, tem varejo. Quem vai iniciar seu empreendimento tem que ter o cuidado de ter o capital necessário para seu investimento com uma reserva. Se você está pensando em montar um negócio no montante de R$ 200 mil, tenha R$ 500 mil para ter uma reserva para sobreviver e não depender que seu negócio chegue logo ao ponto de equilíbrio. Isso é fundamental.

Outro ponto importante é avaliar o que você quer fazer. Ter um negócio não é moda, é um compromisso de perpetuidade. Então, ao tomar essa decisão, você precisa escolher algo que te deixe realizado em fazer. É como você querer ter uma escola de idiomas e não gostar de trabalhar com crianças. Você até vai atingir resultado, mas vai se sentir infeliz no contexto inserido. Se identificar com o negócio escolhido é fundamental, principalmente em um momento como este, em que você estará em um cenário mais adverso, com um compromisso de crescimento maior. Por fim, estes empreendedores precisam ser resilientes. E essa é a palavra do momento. Resiliência é a forma de sair mais forte da crise.

Diário – Você falou sobre a questão da moda. Vemos constantemente tendências surgindo no setor que se tornam febres. Nos últimos anos tivemos as paletas mexicanas, restaurantes de alimentação saudável, etc. Qual seria a sua aposta para a tendência de 2016?

Cristina – Negócios para mulher. Essa é a tendência. Em fevereiro deste ano estive em um congresso da entidade de franchising dos Estados Unidos e um dado estatístico que o mercado americano de varejo apurou é que se somarmos as mulheres consumidoras do mundo, aquelas que têm renda, o potencial de consumo destas mulheres equivale a soma do PIB americano com o PIB chinês. Então, o consumo é determinado pela mulher. É ela quem determina a roupa que o marido vai vestir, ela escolhe o carro que a família vai ter e ela também compra por impulso. Então, negócios focados no público feminino são negócios que vão suportar a crise com mais facilidade. Outra vertente que nunca perde espaço é a alimentação fora do lar. Há desemprego, mas a massa trabalhadora conquistada nos anos de estabilidade não vai se perder, então, temos uma população que está trabalhando, estudando e que está sempre comendo fora de casa. Essa também é uma tendência.

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