Algumas das alternativas mais viáveis para quem está pensando em abrir uma loja ou espaço de serviços são as franquias de quiosques.
Provavelmente você já viu alguns deles espalhados por aí em shopping centers, estações de trem ou metrô, terminais de ônibus e até supermercados.
Mas por que abrir uma franquia de quiosque?
Elas são fáceis de serem montadas, demandam baixo investimento inicial e menores custos com aluguel, tributos, contas de consumo e até funcionários.
O quiosque para shopping é um bom exemplo dessa facilidade de montagem.
Vocês várias vezes devem ter visto que um quiosque em shopping apareceu da noite pro dia, ou que mudou de lugar também rapidamente.
E não se engane, esse negócio pode ser pequeno, mas a possibilidade de ter um lucro significativo com ele é alta.
Elas têm se disseminado pelas cidades após as redes franqueadoras perceberem que o modelo além do baixo investimento, é lucrativo, fácil de administrar e pode ser utilizado pelo franqueado como aprendizado para, posteriormente, gerir uma loja ou espaço maior da própria marca.
Por tudo isso, elas têm ganhado atenção de investidores dispostos a entrar para o mundo do empreendedorismo.
Para ter sucesso com esse tipo de franquia, é muito importante que o franqueado siga todas as regras e estratégias delegadas pela rede franqueadora, já que ela possui todo o know-how do negócio.
E se engana quem pensa que o modelo só é recomendado para abertura em shopping centers.
Aeroportos, espaços comerciais em supermercados e galerias, estações de metrô e terminais de ônibus, além de outros locais onde há bom fluxo de pessoas são locais onde franquias em quiosque funcionam muito bem.
Quiosques no franchising
Apesar de existirem formatos de negócios semelhantes desde o início do franchising no Brasil, em meados dos anos 90.
No entanto, foi a partir de um movimento pela busca de inovações por parte de empresários do setor — acelerado por conta da crise econômica entre 2014 e 2016 — é que elas se proliferaram no País e entraram de vez no portfólio de modelos operacionais rentáveis e populares de franquias.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Altino Cristofoletti, o formato ainda deve crescer nos próximos anos.
“Nos últimos dois anos, temos visto um maior interesse por parte das redes tanto no desenvolvimento de novos formatos como na diversificação de canais de venda.
Frente à grande base instalada de lojas, esse movimento ainda não foi suficiente para impactar mais pesadamente o perfil do setor, mas acreditamos que isso tenda a acontecer nos próximos anos.
A ABF, inclusive, pretende estudar mais de perto esse movimento tão importante para o futuro do franchising”
Segundo a ABF, em termos de modalidade de operação entre as franquias que atuam no País, predominam Lojas (90%) e Quiosques (7%).
Ao analisar os canais de venda, a entidade constatou que 75,1% das redes atuam com lojas, enquanto outras 1,7% já trabalham com e-commerce. Os dados são do primeiro trimestre de 2017.
Também de acordo com ABF, as franquias de quiosques movimentam cerca de R$ 2,6 bilhões por ano.
O número, que é de 2014, pode ter crescido nos últimos quatro anos.
Em média, nesse período, o franchising brasileiro avançou 8% ao ano.
Porta de entrada para os negócios
Se antes as franqueadoras buscavam atrair franqueados ao modelo de quiosques por conta do baixo investimento inicial que, em média, é de R$ 120 mil, agora o mote é outro: além do custo de abertura e operacional da franquia em quiosque ser menor, se comparado à lojas normais, o formato ajuda o investidor a se preparar para administrar um negócio maior.
Na opinião do especialista em franchising e sócio-diretor da consultoria Franchise Solutions, Pedro Almeida, essa ideia de utilizar a franquia em quiosque como preparação para abertura de uma loja maior faz sentido, porém, precisa ser validado com a rede franqueadora.
“[A franquia de quiosque] é um modelo de entrada no franchising.
As redes os utilizam para vender o ‘sucesso da marca’ ao franqueado.
De qualquer forma, o investidor precisa entender que esse é um modelo pequeno e sua participação sobre o negócio será fundamental para obter os resultados esperados”.
E caso os resultados realmente apareçam, o investidor terá total conhecimento sobre os produtos, serviços e tipo de negócio do qual está lidando.
Assim, estará mais preparado para administrar um espaço de porte maior no futuro.
Entre as vantagens de se abrir uma franquia em quiosque em relação à outros modelos, o especialista destaca:
- Baixo investimento, se comparado à outros formatos;
- Custo ocupacional (aluguel e tributos) e operacional mais enxuto;
- Equipe reduzida;
- Maior proximidade com o cliente;
- Maior faturamento por m²;
- Mobilidade do ponto comercial;
Seleção de candidatos no franchising
Pela estratégia de utilizar a franquia de quiosques como fase preparatória do franqueado, as redes franqueadoras, claro, passam a dar preferência à eles na hora de selecionar candidatos para operar novos pontos comerciais.
Ou seja, antes de buscar investidores sem experiência no ramo, as marcas consultam seus quadros de franqueados para encontrar interessados em adquirir, inaugurar e administrar o espaço.
E quem já possui uma franquia de quiosque, leva vantagem.
Segundo a diretora de operações da franquia de produtos naturais e orgânicos Mundo Verde, Daniela Heldt, medidas como essa fortalecem o crescimento orgânico da marca como um todo.
“Apoiamos o crescimento orgânico da rede.
Ou seja, o aumento do número de operações gerido pelo mesmo franqueado.
Então, na expansão por determinada região, temos como prática oferecer o espaço em questão ao franqueado mais próximo ao local.
Caso ele opte em não investir naquele momento ou em outro espaço, aí sim oferecemos a oportunidade para os proponentes que estão em nossa lista de espera.”
A Mundo Verde opera com unidades nos formatos de quiosque e loja tradicional.
Na avaliação da executiva, é possível preparar o franqueado através do modelo mais enxuto de operação por conta das semelhanças na gestão.
“A semelhança [entre ter um quiosque e uma loja] se dá no atendimento especializado e no sortimento (curva AA de demanda) que fazem com que o cliente do quiosque tenha uma experiência semelhante a que tem no formato loja.
Já as diferenças estão relacionadas a complexidade do mix de produtos”.
Experiência de franqueados de quiosques
Márcia Maciel é franqueada da rede Yes! Cosmetics em Fortaleza, capital do Ceará.
Há um ano, ela inaugurou o seu primeiro quiosque da marca. Hoje, se desdobra na gestão de três espaços desse formato, além de uma loja, aberta seis meses depois do início da jornada empreendedora.
Para ela, administrar o quiosque ajudou a entender melhor o negócio praticado pela empresa e, por consequência, gerou a experiência necessária para migrar a um modelo maior.
“No quiosque, você tem a possibilidade de conhecer bem o modelo de negócio, os produtos e a operação junto à franqueadora.
Isto sem contar com a mobilidade, caso o ponto definido para instalação do quiosque não entregue o fluxo e, consequentemente, as vendas esperadas”.
Apesar de possuir diversas semelhanças, a operação dos dois formatos têm algumas diferenças importantes, como explica a franqueada:
“Operar um quiosque é intenso e dinâmico, uma vez que, neste modelo de vendas através da abordagem, há a necessidade de se ter vendedores com maiores habilidades e desenvoltura para vendas.
Também há uma intensidade maior de trabalho, o que exige mais da equipe.”
Maciel marca presença nos seus quiosques em seis dos sete dias da semana.
Na folga, ela acompanha a operação virtualmente, através de redes sociais e outras ferramentas.
Em sua rotina, conta, ela orienta a equipe, corrige possíveis erros estratégicos e trabalha na gestão financeira e do estoque dos espaços.
A empreendedora investiu R$ 120 mil em cada um de seus três quiosques da Yes! Cosmetics.
A loja tradicional demandou um aporte maior, de R$ 160 mil, e foi montada em um tradicional shopping da capital cearense.
Abaixo, selecionamos 20 redes de franquias associadas à ABF que incentivam seus franqueados a crescer investindo no modelo de quiosques.
Recomendações
Para tocar uma franquia de quiosques, você precisa tomar alguns cuidados e seguir algumas recomendações.
A primeira delas é entender que, apesar de estar abrindo um negócio em um formato menor, haverá custos a serem quitados mensalmente.
Um exemplo é a necessidade de funcionários, já que shoppings exigem trabalho em dois turnos por conta do horário estendido.
Além disso, há cobrança de taxas de locação da área escolhida, o que exige uma boa negociação por parte do franqueado.
Antes de abrir a sua franquia de quiosque, analise e projete com cautela os seguintes itens: tíquete médio e número de tíquetes estimados.
Assim, você conseguirá calcular exatamente quando conseguirá ter retorno e, consequentemente, lucro.
Outro ponto diz respeito à localização do quiosque.
Procure instalar o seu negócio em corredores de shoppings onde há alto fluxo de visitantes que vão ao mall para fazer compras.
Já corredores afastados e que são utilizados apenas como “passagem” de pedestres devem ser evitados, como esclarece o especialista em franchising e diretor da Franchise Solutions, Pedro Almeida.
“Cabe ao interessado visitar o shopping que pretende montar a franquia de quiosque e buscar os melhores corredores, em horários diferentes, para garantir que seu negócio tenha sucesso”.
O consultor esclarece também que o franqueado precisa estar sempre presente na franquia de quiosque. Ou seja, nada de adquirir a franquia e apenas “visitá-la” de vez em quando.
“Não existe nenhum quiosque que você possa comprar e dar apenas uma passada uma vez por semana para ‘ver o caixa’.
Como nossos antepassados diziam: “é o olho do dono que engorda o gado’. Essa é a principal premissa em negócios como franquias”.
Abaixo, selecionamos 15 franquias em quiosques associadas à ABF para você conhecer um pouco mais.
Confira: