Evento reuniu especialistas e empreendedores com o objetivo de orientar, desde a abertura da empresa, o interessado em escolher uma boa franquia
As ofertas são inúmeras, mas aderir a uma rede de franquias ainda não consolidada pode acarretar em prejuízos para o investidor. Especialistas do setor alertaram para o fato de que a propaganda de negócio ‘mais fácil’ e com rápido retorno podem enganar o candidato a dono de uma unidade.
“Na crise, todo mundo quer franquear e sempre surgem os picaretas”, alerta o consultor de franquias e presidente do Grupo Cherto, Marcelo Cherto. “Como dizemos no varejo, é preciso sobreviver, pelo menos, a dois Natais. Depois, a expansão de um negócio por meio de franquias pode começar a ser conversada.”
O especialista participou do Estadão PME Ciclo Franquias, evento que reuniu neste mês, no Tietê Plaza Shopping, empresários e especialistas que debateram o sistema de franchising sob a perspectiva da ideia inicial até a execução da proposta.
Cherto dividiu o primeiro módulo de discussões com o CEO das redes Moldura Minuto e Artshot, Antônio Carlos Viegas Filho, e com o diretor de relações internacionais da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Andre Friedheim.
O diretor da ABF reiterou que a crise não é o melhor momento para ousar diante do mercado de franquias. Para ele, setores consolidados como o de alimentação, que cresceu 8,9% em faturamento no ano passado, aparecem como a melhor escolha para empreender. “Soluções para delivery de refeições, por exemplo, conseguem espaço quando o poder de consumo está reduzido e a alimentação fora do lar reduz seu alcance.”
Oferta de capital. Quando o dinheiro se torna mais caro pelo reflexo das altas taxas de juros, como acontece no cenário econômico atual, a captação de crédito para o empreendedor junto a bancos e outros players tradicionais fica mais seletiva. Para o diretor financeiro e de negócios da Agência de Desenvolvimento Paulista, Alvaro Sedlacek, nesse momento, a experiência e o perfil pessoal do empreendedor são elevados a critérios de escolha.
“Não basta olhar apenas para as finanças. Prefiro financiar aquele empresário que me apresenta uma planilha real de custos e despesas. Aquele que está expandindo, que vai abrir a segunda loja”, revela Sedlacek. “Nesses casos, o planejamento é mais bem feito.”
O debate ‘Quais são as boas práticas para a sua franquia?’ reuniu, além de Alvaro Sedlacek, o CEO da rede Mundo Cheff, Rodrigo Chiavenato, e o diretor do Grupo Ornatus, Jae Ho Lee. Olhando sob a perspectiva do franqueador, Lee pontua que enxugar despesas durante a crise deve ser uma estratégia avaliada a fundo para que a decisão jamais seja tomada pelo impulso de cortar gastos.
“É preciso tomar cuidado para que os cortes não sejam feitos de forma estabanada. O corte deve ser estratégico, porque em algum momento a empresa vai precisar voltar a crescer”, analisou o empreendedor durante o encontro.
O Estado de S. Paulo – Vivian Codogno – 27/07