Ignorando a crise, franquias se expandem pelo país

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Franquias ignoram crise e expandem

Franquias ignoram crise e se expandem no País; Santos concentra alta na região

27/11/2018

Franquia é modelo de negócios considerado de menor risco; segmento alimentício é o que mais possui unidades na região

 

Setor comemora aumento no número de unidades instaladas; na Baixada Santista, crescimento foi de 5,9%

Após quase três anos de recessão, aos poucos a economia brasileira vem aproveitando 2018 para recuperar seus índices. Mas, para alguns setores, o ano não é apenas de recuperação, e sim de real crescimento das suas atividades. É o caso do franchising, que comemora expansão de até 7% no número de unidades estabelecidas no País entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2017. Regionalizado, o índice chega a 5,9% – uma alta concentrada especialmente em Santos, a cidade que mais atrai franquias na região.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o Município concentra atualmente 518 das 1.157 unidades franqueadas na Baixada Santista, o que equivale a 44,8% do total regional, e uma quantidade muito acima da segunda colocada, Praia Grande, com 179 unidades. Em seguida vem Guarujá (140), São Vicente (129), Itanhaém (59), Cubatão e Peruíbe (38 cada), Bertioga (37) e Mongaguá (19).

O crescimento verificado em Santos, de 9,7% (pois tinha 472 unidades no mesmo período de 2017), inclusive, colocou a Cidade como a 7ª com maior alta entre as 20 com mais estabelecimentos no Estado, de acordo com ABF.

Ao se analisar a quantidade de marcas presentes, Santos também se destaca como a Cidade onde há mais redes franqueadas presentes: 264. O número é mais que o dobro da segunda colocada da lista, Praia Grande, com 113. Em seguida aparecem São Vicente (82), Guarujá (74), Itanhaém (40), Bertioga (33), Peruíbe (32), Cubatão (29) e Mongaguá (16). Em todas, exceto Mongaguá, o aumento do número de marcas presentes foi maior que a média nacional – de 2% a 3% segundo a ABF -, com destaque para Bertioga, com 26,9% de crescimento, e Santos, com 12,3% – ou 29 novas marcas desembarcando na Cidade em um ano.

Ainda conforme a ABF, em nível nacional, franquias que exigem menores investimentos, chamadas de microfranquias, variam de R$ 5 a R$ 90 mil, sendo que o valor médio dos negócios adquiridos é de R$ 27 mil. Já a representação de grandes marcas alcança marcas de milhões de reais.

Estrutura

Para o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, o destaque de Santos como local para a instalação de franquias é natural. Segundo ele, a infra-estrutura do Município e o Porto são pontos que fazem a diferença.

“Santos é muito importante para o Estado, por isso é natural as marcas terem interesse. Além disso, por ser uma cidade de grande porte, Santos absorve vários tipos de perfis de franquias”, explica, complementando que os segmentos de maior destaque são as marcas ligadas a alimentação, saúde, acessórios e serviços.

No entanto, ao analisar dados da ABF, a Reportagem constatou que o segmento alimentício é unanimidade nas cidades da Baixada Santista: em todas, é o que mais possui unidades instaladas, com participações no mercado que variam de 27% em Bertioga a até 42% em Mongaguá. Outros segmentos de destaque na região são os de serviços educacionais e de saúde, beleza e bem-estar.

Vantagens e riscos

Ao buscar razões para o crescimento destacado das franquias, mesmo em ano de crise, Altino explica que trata-se de um tipo de negócio onde os riscos são menores, devido a uma série de fatores.

“Franquia não é só uma loja, é uma plataforma de negócios. Está dentro de uma rede estruturada que lhe dá suporte e garante a qualidade do produto. Com isso, são duas partes interessadas no sucesso da loja: o franqueado e o franqueador”, afirma.

O economista Ricardo Hammoud concorda com essa visão. Para ele, o maior atrativo do modelo de franquias é justamente o fato de ser algo já testado, que em tempos de crise é visto como uma espécie de porto seguro para aqueles que nunca empreenderam e decidiram fazê-lo pela primeira vez.

“Muitas vezes, trata-se de pessoas que perderam o emprego depois de 10, 20 anos e querem investir em uma forma própria de remuneração. A franquia se torna uma opção atrativa pois é um modelo pronto, já testado”, diz,

Ele continua, lembrando que risco reduzido ainda é risco. Por isso, toda preparação é pouca. “A razão deve vir antes da emoção. O interessado deve se orientar, bucar entidades como o Sebrae para se capacitar e acima de tudo ter em mente que pode quebrar. A maioria das empresas no Brasil quebra antes dos cinco anos. Então, não se recomenda nenhum tipo de loucura financeira”, adverte.

Altino lembra que, ao abrir uma nova unidade, os profissionais envolvidos na operação daquele comércio são capacitados, cada qual de acordo com as políticas da marca em questão. Essa capacitação vai desde o atendimento ao cliente e passa por noções de logística e administração, o que segundo ele ajuda a tornar o negócio financeiramente mais seguro.

Dicas

Por conta desses fatores, a franquia pode ser uma opção para quem deseja iniciar o próprio negócio. Com o crescimento recente, esse ano passou a empregar formalmente 1,3 milhão de pessoas e movimentar cerca de R$ 160 bilhões, através de 140 mil lojas de 2.800 marcas em todo o Brasil.

Além disso, de acordo com Altino, o modelo de negócios foi beneficiado pelas alterações promovidas pela reforma trabalhista, aprovada em novembro de 2017. “Há setores, como a Alimentação, onde a demanda varia muito. E para atendê-la em momentos de pico, modelos de trabalho como o intermitente ajudam muito, podendo virar permantentes quando o negócio crescer”, diz.

Roberto Lemos é sócio de uma rede de lojas de refeições congelados no Rio de Janeiro, mas que desde agosto possui uma loja em Santos, no bairro Pompéia. A empresa entrou para o ramo de franquias em 2014 e, segundo o empresário, vieram para Santos para ter proximidade com São Paulo e a relação com alguns bairros cariocas.

“Vejo um pouco do perfil de Santos com o do Rio, de Copacabana. Uma grande quantidade de pessoas idosas, aposentados e que trabalham praticamente o dia inteiro. Estamos neste ramo cada vez mais atuante, vendendo comida saudável, light, vegetariano, vegano”, explica.

O empresário ainda diz que o progresso tem sido bastante satisfatório desde que abriu a loja em Santos. “Estamos fazendo um trabalho de divulgação, prosperando bastante. Trabalho relacionado a comida, alimentos, vem muito da confiança dos clientes. É uma coisa que leva tempo e esperamos que vá vingar”, completa.

A Tribuna On-line reuniu as dicas mais importantes para orientar quem quiser se aventurar nesse novo negócio:

>> Se capacitar profundamente, para estar preparado para gerir o negócio;

>> Fazer um plano de negócios antes de concretizar a compra de uma unidade;

>> Não escolher a marca por moda, e sim por afinidade com o produto oferecido;

>> Escolher um modelo de franquia que caiba no bolso;

>> Se planejar não apenas para comprar a franquia, mas para mantê-la até que atinja o seu ‘ponto de equilíbrio’ entre receita e despesa;

>> Após adquirir a franquia, pedir ajuda e orientações a outros donos de unidades da mesma marca;

>> Envolver a família no negócio, pois ela ajuda a superar as dificuldades;

>> Ter em mente que os lucros podem demorar a surgir: cada negócio tem seu tempo!

 

 

A Tribuna – Redação – 15/11/18

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