Folha de S. Paulo – Mariana Lajolo – 18/06
Quando a economia vai mal e há aumento do desemprego, o segmento de franquias tende a crescer. A análise feita por especialistas e empreendedores é confirmada por números do setor.
No primeiro trimestre de 2017, esse ramo de negócio teve alta de 9,4% —maior do que os 7,6% registrados no mesmo período do ano passado. O faturamento passou de R$ 33,7 bilhões para R$ 36,9 bilhões.
“A franquia é um bom negócio, mas não é para todo mundo. Antes de investir, você tem que pesquisar bem o setor em que quer atuar, encontrar algo que seja adequado ao seu perfil, além de sentir-se confortável para trabalhar de acordo com as normas do franqueador”, diz Ruy Soares de Barros, que é consultor do Sebrae-SP.
Barros afirma que um dos desafios da marca é entender que o franqueado é parceiro, não seu empregado.
“O franqueador tem que estar aberto a ouvir o franqueado e passar a ele todas as informações possíveis para ajudar na implantação e na continuação do negócio.”
A capacitação de empresas e de empreendedores é um dos motes da 26ª edição da ABF Franchising Expo, que acontece de 21 a 24 de junho no Expo Center Norte, em São Paulo, com mais de 400 marcas de expositoras e expectativa de 65 mil visitantes.
“Estamos trazendo diversos conteúdos de capacitação para franqueadores e franqueados, com seminários, simpósios e fóruns, além de proporcionar oportunidade de expansão e ajudar empreendedores a entrar em contato com diferentes tipos de negócio”, afirma Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
As atividades incluem a ABF Franchising Week (de 19 a 24 de junho). Serão organizadas palestras e workshops para mostrar o sistema de franquias em 12 faculdades da capital paulista e da região metropolitana. Com ajuda do Sebrae, haverá atividades em dez comunidades carentes de São Paulo.
A feira também terá um espaço para exposição de novidades tecnológicas aplicadas ao varejo em diversos segmentos. O visitante poderá usar um aplicativo para planejar sua programação.
O casal Renata Brito da Silva, 39, e Gerson Luiz, 42, aplicou o conhecimento adquirido em feiras e palestras ao apostar em uma franquia.
Após pesquisarem as oportunidades no ramo de alimentação e guardarem 20% da renda mensal por cerca de oito anos, eles optaram por abrir uma loja da rede Fábrica di Chocolate. A marca oferece quiosques que partem de R$ 99,9 mil.
O casal não investiu toda a verba que tinha para garantir uma reserva e, quando começou a ter lucro, reaplicou o dinheiro. Esse cuidado foi essencial para atravessarem a crise diante da queda de movimento do shopping em que estavam.
“O franqueador nos assessorou, ajudou na busca por novo ponto, e hoje já estamos saindo da UTI”, diz Renata.