Apostar em uma franquia ou começar um negócio do zero?

Encontre aqui as melhores franquias

«
  • Tipos
  • Tipos
Escolha pelo menos um opção para sua busca

Empresário deve definir perfil para escolher entre franquia ou voo próprio

20/10/2016

Folha de S. Paulo – 05/10

Começar um negócio do zero ou apostar em uma franquia que já vem formatada é uma questão de atitude. Não há necessariamente uma fórmula certa ou errada, cada opção exige um perfil diferente e é importante que o empresário saiba o que quer antes de definir seu caminho.

Segundo Luiz Guilherme Manzano, diretor da Endeavor, organização de apoio ao empreendedorismo, quem está interessado em abrir um negócio precisa identificar suas habilidades antes de escolher o formato.

“Os empreendedores começam um negócio a partir de uma ideia inovadora e estão mais abertos aos erros e às falhas. Já os franqueados buscam mais segurança,
um modelo que tenha maior probabilidade de sucesso”, afirma Manzano.

“O empreendedor dita tendências, busca oportunidades, e o franqueado complementa esse trabalho, muitas vezes opera o negócio melhor que o próprio empreendedor”, completa ele.

Diretor de inteligência de mercado da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Claudio Tieghi, afirma que historicamente há um aumento de interessados em franquias em épocas de crise econômica.

“Vemos muitas pessoas pensando em um plano B no mundo corporativo. Isso é um gatilho e percebemos números crescentes nos últimos dois anos”, diz.

De acordo com a ABF, há 3.100 marcas de franquia no país atualmente -95% brasileiras- e elas são responsáveis por cerca de 145 mil lojas.

“O formato de franquias ganhou força no fim da década de 80, portanto é um sistema que nasceu e cresceu em período de hiperinflação, é um formato que supera adversidades”, afirma Tieghi.

Porto seguro

Foi essa segurança que levou Emerson Silva, 30, a investir no setor de franquias. Funcionário de uma multinacional de geração de energia, ele decidiu começar um negócio sem deixar o emprego atual. “Notei que o melhor meio de fazer isso era optando por uma franquia”, diz.

Depois de pesquisar, escolheu a rede Mineiro Delivery, que conta com 50 lojas em 20 Estados. Para ter mais segurança, Silva ainda buscou um parceiro na empreitada.

“Decidi que precisava de um sócio para conseguir manter meu trabalho até ter certeza que a loja irá render bons frutos”, afirma.

O investimento total foi de R$ 120 mil e a inauguração do restaurante, em Osasco (região metropolitana de São Paulo), aconteceu em agosto.

De acordo com Manzano, da Endeavor, o franqueado tem um perfil mais conservador e empreende dentro de um guarda-chuva mais seguro, com marca e processos preestabelecidos, suporte e acompanhamento próximo da franqueada. “Para quem nunca teve um negócio, esse respaldo é fundamental”, diz.

Os números comprovam a percepção de que investir em franquias é mais seguro. Segundo levantamento da consultoria Rizzo Franchise, que monitora o setor, o índice de mortalidade de pontos de franquia no primeiro ano subiu de 3% em 2010 para 6% em 2015.

Enquanto isso, segundo a pesquisa Demografia das Empresas, do IBGE -com dados de 2013 -, 18,5% das empresas abertas no Brasil fecham as portas depois do primeiro ano de atividade.

Sem gesso

Mesmo assim, há vantagens em ter uma empresa criada do zero. Apesar de mais arriscados, negócios próprios podem render resultados melhores no longo prazo. Isso porque não há taxa de franquia e os processos são menos engessados.

Este foi o raciocínio do administrador de empresas Rafael Mendrot, 29, quando decidiu deixar seu emprego em um banco para abrir uma empresa de alimentos saudáveis congelados.

“Meu primeiro impulso foi procurar uma franquia, mas não achei nenhuma empresa estruturada nesse segmento e vi que acabaria engessando minhas ideias, por isso resolvi arriscar”, afirma ele.

A Leve e Pronto, que vende as refeições pela internet, foi aberta em janeiro de 2016 e demandou investimento de R$ 100 mil, compartilhado com um sócio.

Mendrot considera que ser o dono da própria companhia permite inovações constantes. “Podemos acatar sugestões de clientes e redirecionar o negócio a qualquer momento”, afirma.

Mensalmente, os seis funcionários entregam cerca de 500 refeições, volume que deve dobrar até o final do ano.

NOTÍCIAS RELACIONADAS