O setor de franchising faturou R$ 41,4 bilhões no primeiro trimestre de 2019, um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo relatório da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Ainda segundo esse mesmo levantamento, o crescimento foi maior que o do varejo tradicional apesar da queda nos índices de confiança do consumidor e do empresariado no cenário econômico.
Outro levantamento revelou que, entre 2017 e 2018, as 05 maiores franquias em número de unidades – O Boticário, AM PM, McDonald’s, Cacau Show e Subway – juntas, instalaram mais de 500 novas lojas no país.
Isso, com certeza, é uma boa notícia e demonstra o desenvolvimento, amadurecimento e robustez do setor.
Demonstra também que o brasileiro está empreendendo mais, incluindo aqueles que perderam o emprego formal e viram nas franquias e microfranquias um caminho de resgate e volta por cima.
Quero, então, aproveitar esse bom momento do setor para discutir um novo paradigma em termos de gestão para franqueados e franqueadores.
Tenho me deparado com uma situação que se repete há mais de 20 anos, desde que enveredei por esse segmento:
- franqueadores preocupados com o padrão de qualidade das lojas,
- franqueados pagando multas por dias de atraso na inauguração, tentando economizar onde não deveriam durante a implantação;
- e consumidores claramente descontentes com a falta de uniformização das redes em termos de qualidade na prestação dos serviços, produtos e até da própria estrutura.
A preocupação para que os pontos de venda sejam inaugurados na data prevista, com a maior qualidade e com o menor custo possível, está sempre presente.
Entretanto, na prática, isso não se traduz nas melhores escolhas.
O que acontece – e com uma certa frequência – é o franqueado investir, por exemplo, a soma expressiva de R$700 mil em uma franquia, mas para executar a obra e deixar o ponto adequado para receber equipamentos caros e mobiliário especial sob medida, algumas vezes acaba contratando o pedreiro que trocou o piso da cozinha de sua casa.
Obviamente, essa é uma receita certa de dor de cabeça, especialmente no atraso da inauguração, estouro de orçamento, perda de qualidade, entre outros problemas.
Via de regra, esses fornecedores eventuais não têm a experiência necessária para executar uma obra comercial complexa do ponto de vista de engenharia, pois terá que seguir uma série de especificações, incluindo projeto arquitetônico, instalação elétrica e hidráulica e uma centena de detalhes que são condição sine qua non para o negócio e que estão até especificadas em contrato.
Como resolver este, entre outros gargalos?
Inserindo no plano de negócio uma gerenciadora de obras, tornando-a obrigatória, assim como faz o franqueador, por exemplo, com o software a ser utilizado pela unidade de negócio, entre outros de produtos e serviços mandatórios.
Uma atitude simples que resolve muitos problemas, pois uma gerenciadora de obras homologada passa a ter a responsabilidade sobre a gestão da obra, independentemente dos profissionais que irão executá-la, garantindo cumprimento de prazos, controle do orçamento pré-estabelecido e padrão de qualidade estabelecido pelo franqueador.
Outra vantagem em adotar uma gerenciadora é a interface técnica especializada que ela fará com todos os fornecedores, garantindo ao franqueado que ele está recebendo exatamente o que foi pedido e contratado e dentro das especificidades do franqueador.
Observe que existem patamares e referências de valores na construção civil, mas às vezes você encontrará custos altos demais ou subdimensionados.
Essa segunda opção pode parecer um bom negócio, mas estamos falando daquele tipo de fornecedor no qual “o barato sai caro”.
Com essa entidade gerenciadora mediando o processo, a escolha mais consciente e lógica de fornecedor impactará positivamente na qualidade, prazo e custos.
Mesmo as diferenças sensíveis no custo médio por região, que são fatores preponderantes e podem tirar sua obra do prumo, precisam ser consideradas e equacionadas.
A contratação de uma gerenciadora de obras está se disseminando no mercado.
A Tekton Gerenciamento, por exemplo, gerenciou a implantação de 780 lojas em 7 anos para uma rede de drogarias.
O mercado mudou e precisamos atualizar nosso mindset, evoluir a maneira como sempre fizemos as coisas.
Estamos vivendo na era do compliance, das melhores práticas; não cabe o amadorismo e nem o improviso.
A boa gestão da construção e implantação de uma obra é uma atividade especializada que desonera o empresário e visionário para que ele possa se dedicar ao que realmente importa: fazer prosperar o seu negócio.
Autor: Claudio Lopes
Diretor comercial da Tekton Gerenciamento