número de franquias cresce cerca de 9% no ABC paulista

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Numero de franquias cresce no ABC paulista

Na crise, número de franquias cresce 9%

23/11/2017

Diário do Grande ABC – Flávia Kurotori e Gabriel Russini – 19/11/17

 

São Bernardo e Santo André estão entre as 30 cidades brasileiras que mais têm franquias, assim como as que mais possuem variedades de marcas neste modelo. É o que aponta levantamento da ABF (Associação Brasileira de Franchising). Em meio à crise, São Bernardo figura na 18ª posição em relação ao número de unidades franqueadas, com 655 lojas até o primeiro semestre deste ano, alta de 9,3% na comparação com igual período em 2016. E, Santo André, está em 20° lugar, com 631 unidades, aumento de 8,9% frente ao ano passado.

Já na lista de maior diversidade de marcas, o posicionamento se inverte. Santo André aparece na 14ª colocação, com 292 selos, 13,6% mais do que entre janeiro e junho de 2016. São Bernardo vem logo atrás, no 16° lugar, com 280 logotipos, alta de 16,1% ante o ano passado.

Na avaliação do economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, o crescimento do número de franquias na região pode estar atrelado às demissões em massa verificadas pelas montadoras nos últimos anos. “Muita gente pegou indenização, geralmente de valor alto, para abrir o próprio negócio.”

É o caso de Sandra Marostica, 47 anos, de São Bernardo, que há pouco mais de um ano deixou a área de tecnologia da informação da Volkswagen por meio de PDV (Programa de Demissão Voluntária) – onde trabalhava desde 2008 –, e mudou também de profissão, a qual exerceu por 30 anos, para adquirir franquia da Limpidus, empresa que oferece serviços de limpeza em prédios comerciais, em meados de março. “Não foi algo repentino, tanto que fiz cursos na ABF e no Sebrae para depois, de fato, pensar em começar algo.”

“Investir em uma franquia é saída ao desemprego, mas é preciso fazer pesquisa aprimorada sobre o assunto. Não adianta ter o dinheiro mas não ter conhecimento do ramo”, explica o educador financeiro da DSOP no Grande ABC, Edward Cláudio Junior.

“Escolhi São Bernardo pelo número de prédios comerciais que abriram nos últimos anos, que é o público-alvo da Limpidus”, comenta Sandra, que investiu R$ 60 mil na empreitada e, num período de oito meses, viu o número de funcionários passar de um para cinco.

“O primeiro passo é a pesquisa do segmento e da marca de interesse. Converse não apenas com o franqueador, mas também com franqueados, que te darão uma visão diferenciada do negócio”, ressalta Ricardo José Alves, diretor regional do Interior de São Paulo da ABF. Outro ponto a ser levado em consideração é o retorno obtido. “Não acontece de uma hora para outra, ter paciência é fundamental para conduzir o negócio”, complementa Sandra. Tanto que, um dos pontos principais é ter, por algum tempo, dinheiro para garantir capital de giro para comprar matéria-prima, pagar contas de água, luz e aluguel e, ainda, o salário.

Na avaliação de alguns franqueados, a tendência é que esse modelo de negócio continue a crescer em 2018. “Dentre os planos de expansão, estão Mauá e Diadema”, projeta Luiz Zemlenoi, diretor de expansão do IGA (Instituto de Gastronomia). Ele conta que, mesmo na crise, número de alunos aumentou tanto para buscar outra opção de renda como para aprender culinária diferenciada e fazer jantar em casa.

O mesmo motivo, a crise, ampliou a demanda pela Casa do Construtor, que aluga materiais de construção para empresas mas, nos últimos tempos, notou forte demanda de pessoas, em busca de economia. “Para 2018, devemos ter unidades em Mauá, Ribeirão Pires e mais uma em São Bernardo. Em 2019, estamos planejando mais uma andreense”, comenta o diretor Alexandre Lorenzon.

Localização é trunfo das sete cidades

Dentre os principais pontos de atração de franquias no Grande ABC, destacam-se o poder aquisitivo e a localização. “A região, sobretudo São Bernardo, dá acesso a tecnologias, rodovias e aeroportos, o que impulsiona a vinda de novos investimentos”, avalia Luiz Zemlenoi, diretor de expansão do IGA.

“Além de ser próximo à Capital, abre espaço para expandir para o Litoral e Interior”, pondera Ricardo José Alves, diretor regional do Interior de São Paulo da ABF. Tal fato é justificado pelo acesso às rodovias Anchieta, Imigrantes e Rodoanel.

Sérgio Parra, diretor da Tributarie de São Caetano, comenta que, com a tendência de crescimento constante das franquias, frente ao grande campo a ser explorado, “a questão de localização será ainda mais relevante”.

Por serem altamente industrializadas, as sete cidades também são favorecidas pela movimentação da cadeia. “O PIB (Produto Interno Bruto) é acima da média e, consequentemente, o número de empregos e o volume da renda são maiores”, defende Alexandre Lorenzon, diretor de expansão da Casa do Construtor.

Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, lembra que por ser o berço da indústria automobilística, na região a quantidade de veículos – sejam carros, caminhões ou ônibus – presentes no cenário urbano é muito grande. “Por ter a característica de transporte rodoviário, a proximidade entre os municípios é essencial, ainda mais com o trânsito complicado”, explica. Para ele, ainda há espaço para que esse modelo prospere no Grande ABC, mais ainda com a retomada da economia.

“Estar na região é uma questão de estilo. Todas as marcas desejam estar na região, pois, para o nome delas, isso é bom”, ressalta Alves.

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