Objetivo é agregar ensino de inglês ao aprendizado de tecnologia e competências para o futuro, tornando-se a maior escola de habilidade do Brasil para crianças e adolescentes.
A franquia de ensino de “habilidades para o futuro” para crianças e adolescentes Happy (antiga Happy Code) anunciou a aquisição da rede de ensino de idiomas Centro Britânico.
A ideia é ampliar o portfólio de disciplinas, com a incorporação do inglês em sua grade curricular.
Juntas, as duas marcas atendem a quase 28 mil alunos diretamente.
Bruno Gagliardi, CEO do Centro Britânico, permanece no negócio.
Os valores da transação não foram divulgados, mas a Happy informou que, desde 2019, a holding A2GK, do empresário William Matos, investiu R$ 30 milhões na empresa, incluindo a compra da Happy Code, o rebranding, lançamento dos novos produtos, marketing e a aquisição do Centro Britânico.
A projeção é que o faturamento das duas marcas combinadas alcance R$ 55 milhões até o final de 2023, com 30 mil alunos.
Atualmente são 53 escolas Happy e cerca de 20 do Centro Britânico.
A previsão é abrir 15 até o fim do ano (incluindo school in school) e chegar a 110 ao todo até fevereiro de 2024.
Wiliam Matos, CEO do Grupo Happy, diz que a negociação se deu pela necessidade da própria empresa de incorporar o ensino de inglês às habilidades já aplicadas pela marca, como educação financeira, oratória, além de programação.
“O inglês é uma parte muito importante disso, e o que é oferecido nas escolas não é o suficiente”, diz.
Ele conta que chegou a olhar outras possibilidades no mercado, mas percebeu uma sinergia entre os negócios do Centro Britânico e da Happy.
“Pelo histórico dos gestores e pelas referências que eles tinham como empresa e como pessoas.
O Bruno é extremamente empreendedor e visionário.
Uma das exigências foi a continuidade dele no negócio.
Ele pensa como a gente, é jovem, dinâmico e apoiou muito nossa decisão”, afirma.
O Centro Britânico foi fundado em 1969 em São Paulo pelo inglês Mr Austen Colins, contratado pela escola internacional Saint Pauls para ensinar inglês aos alunos.
Em 1986 a empresa foi adquirida por duas professoras que lecionavam no local, Maria Antonieta Gagliardi e Sonia Cury, que desenvolveram método, treinamento e produtos oferecidos.
Em 1996, os respectivos maridos entraram no negócio, assumindo as áreas de marketing, financeira e de gestão.
Em 2019, ano em que a marca completou 50 anos, a família Gagliardi incorporou 100% do negócio.
O atual CEO, Bruno Gagliardi, frequentava a escola desde criança e ajudou na formatação para o sistema de franquias, em 2005.
Atualmente ele também é coordenador da Comissão de Educação da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
No ano passado, ele cofundou a empresa de material paradidático de ensino de idiomas AsteriumLand, em sociedade com João Gabriel Brene, Beto Silveira e o cantor Rogério Flausino.
“Percebemos que a parte de tecnologia sempre surgia como principal atributo, mas para criarmos algo que fosse bom e relevante demoraríamos muito tempo.
Foi quando passamos a olhar para parcerias”, conta.
O “namoro” entre a Happy e o Centro Britânico começou quando Gagliardi conheceu Otoniel Reis, COO da Happy, em um evento da ABF.
“A Happy tinha crescido muito em 2019, mas ainda faltava algo.
A pandemia nos permitiu olhar para o negócio e entender que programação era apenas um meio para desenvolver a habilidade dos jovens, e não o fim”, conta Reis.
A expectativa é que a transação seja concluída até o final do ano, mas as marcas seguiram coexistindo.
“Vamos crescer com as duas marcas e com expansão cruzada.
Franqueados de uma marca poderão ter o que a outra oferece”, afirma Matos.
Em 2021, a Happy foi vendida pelo fundador, Rodrigo Santos, para a holding A2GK, de Matos – que também é presidente do Vitru, grupo dono da UniCesumar.
Foi quando a empresa passou pelo rebranding e desenhou a nova proposta de oferta de ensino.
Com a aquisição do Centro Britânico, a Happy deve trabalhar com quatro currículos, divididos por faixa etária.
Cada uma das trilhas terá conteúdos de programação, desenvolvimento de jogos, educação financeira, oratória e inglês.
A ideia é que os preços considerem o tempo que a criança ou adolescente ficará nas dependências da escola.
De acordo com Reis, os valores vão de R$ 349 a R$ 549.
As duas marcas trabalham com o formato de school in school (quando uma escola regular se torna franqueada da marca), e o modelo deve permanecer, com o adicional da oferta combinada.
As franquias de educação têm buscado novos caminhos para crescer, após o chacoalhão da pandemia.
Aulas online, microfranquias, expansão para o interior e até ajustes de rota, com novas modalidades de ensino, entraram na pauta dos gestores.
Após dois anos de ajustes, o segmento cresceu 17,8% no primeiro trimestre de 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), somando um faturamento de R$ 3,2 bilhões.
De acordo com o Diagnóstico Setorial de Educação 2023, divulgado pela própria entidade, as principais transformações observadas em 2022 e em 2023, com foco na retenção de estudantes, foram: aumento dos recursos de ferramentas tecnológicas para 88,9% dos respondentes em 2022 e 63% neste ano, respectivamente; redução do custo de ocupação (53,3% e 45%) e ganhos de escala (26,7% e 27%).
Fonte: Happy Grupo