O caminho para o empreendedorismo não foi fácil para Victor Antônio, de 34 anos.
Ele precisou abrir mão de alguns sonhos e frustrar expectativas da família para seguir seu propósito.
Durante o caminho, ele passou por muitos desafios, mas hoje é dono de três unidades da franquia de odontologia OrthoDontic, em São Paulo.
Antônio nasceu no interior do estado, na cidade de Amparo.
Ao terminar a faculdade de matemática, o jovem precisou renunciar a uma orquestra que liderava na região para cursar mestrado em engenharia química.
No mesmo período, ele fez uma pós em administração, que lhe acendeu a vontade de empreender.
Depois de terminar o mestrado, surgiu a oportunidade de Antônio viajar para os Estados Unidos durante seis meses para desenvolver os estudos no Departamento de Energia do Governo dos EUA.
Paralelamente a isso, sua namorada, Elisa Lopes Armellini, 34, terminava a faculdade de odontologia no Brasil.
Quando Antônio voltou para casa, os dois decidiram morar juntos em Campinas (SP).
Eles só tinham um colchão e uma televisão. Foram comprando os móveis e eletrodomésticos aos poucos para a casa.
Além de mobiliar a residência, os dois tinham algumas economias para a cerimônia do casamento – um sonho de Armellini e de toda a família do casal.
“Somos do interior e estávamos morando juntos, a cobrança já era grande”, diz Antônio.
Por volta de 2013, o valor guardado somava R$ 15 mil.
Armellini tinha se formado e buscava uma oportunidade de ter seu próprio consultório, enquanto Antônio tinha a “pulguinha” do empreendedorismo latente desde os tempos dos estudos.
“Abrir um consultório independente ficaria mais barato, mas teríamos poucas oportunidades de crescer, ficaríamos estagnados.”
A decisão de mudar completamente os planos de vida surgiu enquanto os dois arrumavam as coisas em casa e encontraram um encarte com informações de uma rede de franquias.
O empreendedor conta que precisou argumentar com Armellini sobre como o investimento no negócio naquele momento poderia ser melhor para os dois do que a cerimônia religiosa.
“A minha vontade de me casar era para agradá-la, para ser sincero. Mas ela é a prioridade: se batesse o pé, eu teria feito o casamento com certeza, e desistiria da ideia.”
Depois de transformar o casamento em sociedade, o maior desafio foi contar a decisão para os familiares.
“Sofríamos uma pressão grande de fazer o casamento na igreja e ainda vínhamos de uma família de funcionários públicos. Abrir um negócio era algo que todo mundo morria de medo. Ouvi meu pai falando a vida inteira que eu tinha que prestar concurso. Foi difícil de convencer, mas quando dissemos que não tinha volta, eles nos apoiaram.”
Pelos dois anos seguintes, o casal juntou o necessário para ter uma franquia de odontologia da OrthoDontic.
Para isso, apertaram ainda mais as contas. Durante o treinamento de franqueados, em Londrina (PR), eles não tinham condições de pagar o almoço e ainda jantar em restaurantes.
Antônio conta que decidiram comprar pão, frios e uma pizza de frango com portuguesa, que durou cinco dias. Como o micro-ondas do hotel estava quebrado, a solução foi aquecer a pizza com o secador de cabelo.
“Todo dia 12 de setembro comemoramos o dia da pizza, para nunca esquecermos o nosso esforço”, conta.
Nesse meio tempo, o empreendedor se dividia entre os estudos para o doutorado, o trabalho como professor e a preparação para abrir o negócio, que só ocorreu, de fato, em 2015.
Os primeiros três meses de funcionamento da clínica não foram fáceis. Toda a sobrecarga emocional acumulada fez com que o empreendedor tivesse alguns ataques de pânico.
“Eu me trancava nos lugares da clínica. Não tinha ânimo e força de vontade para nada. Se não fosse pela Elisa, eu ainda estaria mal e o negócio teria fracassado”, conta.
Depois de cinco anos, com o negócio já estabelecido, o casal decidiu abrir uma segunda unidade em Pedreira, também em São Paulo.
A ideia principal era inaugurar em março, mas a pandemia acabou atrasando os planos e a inauguração ocorreu apenas em agosto.
“Focamos todo o nosso esforço na segunda unidade. Em dois meses já estávamos faturando R$ 180 mil, que era a meta para seis meses.”
Juntas, as duas clínicas faturaram mais de R$ 1,5 milhão em 2020.
Com o resultado, eles começaram a prospectar uma terceira unidade, que abrirá as portas em breve, em Mogi Mirim, também em São Paulo.
E o casamento? Bom, Armellini foi recompensada pela espera: dois anos depois da abertura da primeira franquia de odontologia, em 2017, o casal conseguiu construir uma casa e realizar a sonhada cerimônia, na Basília de Santo Antonio, na Itália.
“Foi uma forma de retribui-la por ter adiado o sonho dela para realizar o meu.”
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