Ele saiu do Acre aos 14 anos, empreendeu e hoje fatura milhões

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Empreendedor serial: saiu do Acre aos 14 anos e prevê faturar R$138 milhões em negócios distintos

14/08/2024

Em busca de inovação e em constante oportunidades, Hilston Guerim é apaixonado em empreender e hoje administra cinco negócios, sendo duas redes de franquias

Hilston Guerim, de 39 anos, faz parte de uma categoria especial dentro do mundo dos negócios: os empreendedores seriais, cujo maior talento é criar empresas, fazê-las crescer, e então, partir para um novo projeto.

Apesar da pouca idade, hoje ele administra cinco empresas, sendo duas delas redes de franquias, que juntas estão previstas para faturar em 2024 mais de R$ 138 milhões.

Ele que é gaúcho, mas aos seis meses de vida mudou com toda a família para o Acre em busca de melhor qualidade de vida e oportunidades profissionais.

Filho de caminhoneiro, seus pais o ensinaram e mais dois irmãos desde pequeno a se virarem sozinhos.

Após a aula o pai ensinava os filhos sobre instalação elétrica, hidráulica, como negociar, fazer compras.

Já a mãe ensinava os afazeres domésticos e sempre fazia os filhos prepararem as refeições, muitos desses momentos era tido como lazer e momento de união entre a família.

Aos 14 anos, ele e dois irmãos mais velhos (de 15 e 17 anos) saíram de casa para estudar em Curitiba (PR).

Sem amigos, sem nenhum familiar, nem mesmo conheciam a cidade, a adaptação na cidade grande não foi nada fácil, já que a cultura também era muito diferente do que estavam acostumados.

“Quando chegou o momento de sair de casa, estávamos prontos sem nem mesmo perceber.

Apesar da dificuldade cultural e do clima, meus irmãos e eu conseguimos nos virar bem, já que muitos afazeres no cuidado com a casa tirávamos de letra”, relembra Hilston.

 

Oficial do Exército

Hilston conseguiu conciliar duas faculdades simultaneamente, e hoje é formado em farmácia e bioquímica, e direito.

A área de saúde sempre foi sua paixão e conseguiu concluir pós-graduação e mestrado no setor, começou a dar aulas em uma universidade, e essa foi sua porta de entrada para a carreira no Exército, em 2008, como Oficial de Saúde.

Lá ele conheceu sua esposa, Isabella Marcon Guerim, que se tornaria não somente sua companheira na vida, mas seria seu braço direito nos negócios.

“Quando já estava no Exército, sempre gostei do que ele representa, como conceito de vida, mas nos primeiros meses percebi que a meritocracia não era o que fazia o militar evoluir na carreira e sim os conceitos de hierarquia e disciplina em que a antiguidade e o tempo são fatores importantes.

Então começou a não fazer mais sentido planejar minha vida como militar e sim buscar a evolução de acordo com a minha dedicação.

Durante meu primeiro ano como militar, já fui buscar abrir um negócio e optei por franquias”, diz.

 

Primeiros empreendimentos

A falta de conhecimento em negócios, falta de experiência, imaturidade, e desejo de criar resultado de forma rápida foi o que direcionou a buscar pelo franchising.

Hilston não queria esperar ter que desenvolver um conceito, uma marca, estudar um mercado, buscar fornecedores e validar produtos.

A franquia encurtaria a sua jornada e direcionaria para resultados já validados.

O primeiro empreendimento foi uma franquia de clínicas de emagrecimento e estética.

Em seis meses conduzindo o negócio já abriu a segunda unidade, todas em Curitiba (PR) e na região metropolitana.

Com o passar do tempo e a pandemia, acelerou ainda mais a vontade de passar as clínicas adiante e buscar empreender por novos segmentos.

Em 2018 se tornou masterfranqueado de uma escola bilíngue, que traz a metodologia canadense aos alunos brasileiros.

Sem a necessidade de unidade física, seu trabalho era fazer a prospecção e venda de operações no estado do Paraná.

Dois anos depois, uma reformulação da marca ocorreu e não fazia mais sentido para ele continuar no novo formato.

 

Fracassos serviram como lição

Assim como muitos empresários, Hilston já enfrentou o dissabor do fracasso em alguns negócios.

Ele relembra que iniciou sua jornada como empreendedor já fracassando, mesmo com as redes de franquias.

“Não precisei fechar a empresa, mas a minha falta de entendimento do que é montar um negócio, de como fazer um negócio se estruturar, de manter um time de alta performance me levaram a vários fracassos”, afirma.

A primeira lição que aprendeu foi que tudo que tinha estudado na graduação não iria servir para se tornar um empresário, e olha que ele se dedicou muito aos estudos que possibilitaram alguns títulos e muito conhecimento.

“Ser empresário é uma profissão e como toda profissão é preciso se formar para ter o título e gerar resultado.

A principal lição que tirei dos meus fracassos é que em todas as situações eu não tinha o conhecimento apropriado para passar por aquilo.

Eu não tinha conhecimento em vendas, gestão de números, de pessoas, marketing, liderança, posicionamento, estratégia, governança.

E isso só veio com o tempo, no trabalho com a mão na massa do dia a dia”, enfatiza.

 

Deixando de ser franqueado para se tornar franqueador

Em 2016 Hilston lançou no mercado a sua primeira marca de franquias, a Sniper – uma rede de airsoft, jogo em que as pessoas competem usando armas à base de ar comprimido.

A empresa foi aberta em conjunto com mais três sócios, e em meados de 2023 resolveram vender o empreendimento para o melhor franqueado da marca.

Em 2019, Hilston e mais três amigos lançaram a franquia de cafeteria Mais1 Café, hoje ela é a menina dos seus olhos com mais de 600 unidades, que em 2022 se tornou o franqueador que mais cresceu no Brasil em todos os segmentos, segundo a ABF, entrando para o ranking das 50 maiores redes de franquias.

Logo em seguida surgiram novos negócios, como a Pro Franchising (empresa de tecnologia desenvolvedora de software que nasceu em 2020; a Opening Doors, em 2022, que administra junto a sua esposa.

O negócio é especializado em mentoria e consultoria empresarial de forma individualizada.

A SKY Ex (empresa de viagens especializada em passagens executivas e de primeira classe) foi lançada em 2023, e por último, no início de 2023 entrou em sociedade no Instituto Visão Solidária (IVS), franquia do setor óptico.

“Ver o projeto nascer e tornar-se um grande case.

Pensar nele do início, trabalhar na construção e ver a marca e conceito tornar-se uma referência no mercado é o que me motiva a empreender, principalmente em segmentos distintos”, revela o empresário.

 

Diretor de desenvolvimento de rede

Desde o início do ano passado, Hilston vem se dedicando a um dos seus últimos negócios, a franquia Instituto Visão Solidária (IVS), na qual tem sociedade com o fundador da marca, Tony Cozendey.

O empresário conheceu Tony durante mentoria na Opening Doors e após avaliar o negócio viu que se tratava de algo muito interessante e com sinergia no propósito que busca para seus negócios.

Sua atuação dentro da franquia de ótica é de grande relevância para o crescimento da marca, sendo responsável pelo desenvolvimento de rede que está atrelado a criar estratégias para alavancar o negócio, tanto na expansão de lojas como na evolução dos resultados dos franqueados.

Trata-se de uma ocupação que está conectada a achar brechas e aberturas ainda não exploradas, desde “buracos” na metodologia de transmissão de know-how como na apresentação de produtos, ou como na busca de novos formatos de negócios e territórios.

O empresário pontua que o mercado de ótica é bem denso, consolidado por grandes marcas e grande número de lojas.

“Porém, é um mercado que tem muita oportunidade de crescimento por causa dos territórios ainda pouco explorados, pela facilidade que os laboratórios estão apresentando na entrega de lentes e principalmente pelo avanço de usuários de óculos e conceito do IVS”, afirma.

 

Expansão dos empreendimentos

Hilston administra cinco empresas e conta com oito sócios no total.

Até o final de 2024 a projeção é de encerrar com 880 franquias comercializadas, sendo quase 100 somente do IVS, e faturamento estimado em cerca de R$ 138 milhões.

“O meu ímpeto é sempre estar de olho em possíveis oportunidades.

Gosto de olhar várias áreas diferentes e principalmente de contribuir.

Gosto de poder contribuir indiferente de ser sócio.

Saber que de alguma forma eu pude colocar algo para aquela marca prosperar me motiva.

Se existir conexão entre os diretamente envolvidos e eu, grande chance de me tornar sócio (risos)”, finaliza Hilston Guerim.

 

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Fonte: Fatos&Ideias Comunicação