Criada há 70 anos em Parobé, no Rio Grande do Sul, a marca leva o nome da atriz Bibi Ferreira, graças à admiração que o fundador da empresa, Albino Eloy Schweitzer, falecido em 2014, que também é sogro de Marlin Kohlrausch tinha.
A companhia não só sobreviveu a crise como hoje já exporta 26% de toda a sua produção para mais de 70 países, incluindo a China.
Do total produzido pela Bibi, mais de 2 milhões de pares de sapatos por ano, 42% é vendido para lojas multimarcas e 32% é colocado no mercado por lojas próprias e franquias, outro plano ousado de Kohlrausch, que há 11 anos decidiu investir no varejo para fortalecer sua marca.
Para contar a história da rede, Marlin explica que eles analisaram o cenário e perceberam que 70% dos calçados do mundo são produzidos na China. Para sobreviver, a equipe precisava vestir a camisa. “Com o time engajado, administramos os custos.
Sabemos que nada teria sucesso se não fosse o engajamento dos funcionários, o ponto chave de toda nossa estratégia”, diz o executivo.
Outro ponto importante para longevidade corporativa é a construção de uma marca forte.
Marlin percebeu que, se não fosse para o varejo, como tantas outras calçadistas fizeram, não conseguiria ter o controle do processo.
Após observar e analisar o mercado, a marca decidiu abrir lojas próprias e depois franquias.
Hoje são 123 unidades da marca, sendo oito delas internacionais: três em Lima, uma em Trujillo e uma em Arequipa, no Peru; uma em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia; uma em Quito, no Equador; e uma Bucareste, na Romênia.
A rede está presente em mais de 3.500 mil pontos de venda multimarcas e exporta os produtos para mais de 70 países.
Para a construção de marca, a empresa estabeleceu pontos cruciais para diferenciação dos produtos, como a não utilização de produtos tóxicos, e calçados totalmente flexíveis, com palmilhas especiais que massageiam os pés das crianças, dando a sensação de estar descalça.
Para Kohlrausch, esses diferenciais são percebidos pelo consumidor, que está disposto a pagar para que seu filho tenha mais segurança e conforto.
Tal decisão, inclusive, levou a Bibi a abrir mão de um sucesso que ela mesma criou.
O tênis com rodinhas. Segundo ele, quando os especialistas disseram que o uso do produto era similar ao uso de salto alto e que poderia prejudicar as crianças eles desistiram e retiraram o modelo do portfólio da marca.
Marlin acredita que ações como essa fazem parte de um “capitalismo mais consciente” que hoje norteia o código de ética da empresa.
Hoje, a empresa mantém uma fábrica em Parobé (RS) e outra em Cruz das Almas (BA).
Ao todo, já são 1,5 mil funcionários.
A Calçados Bibi anunciou em abril deste ano os próximos passos de seu processo de sucessão, iniciado há sete anos.
O empresário Marlin Kohlrausch, que atua na empresa há 45 anos, sendo 30 deles como presidente, terminou seu mandato no dia 25 de abril, data em que a marca completou 70 anos no mercado.
Para sucedê-lo, sua filha Andrea Kohlrausch foi indicada pelos diretores e pelo Conselho Consultivo para ocupar o cargo de presidente, a partir de então.
A indicação da executiva, atualmente responsável pela área de varejo e expansão de franquias da rede, tem o apoio da diretoria e está em linha com as diretrizes estratégicas do Conselho Consultivo.
O processo começou há sete anos e, desde então, os herdeiros da terceira geração começaram a ser desenvolvidos e capacitados para a sucessão.
A escolha de Andrea Kohlrausch para assumir o cargo teve como base o desafio dos próximos anos para perpetuação da marca.
Por isso, a diretora que atua na Bibi há mais de 20 anos foi eleita como nova presidente.
Todos os envolvidos estavam aptos para atuar como líder e, após o anúncio, se colocaram à disposição para auxiliar de forma efetiva a nova gestão.
Andrea Kohlrausch tem MBA em Gestão empresarial pela Fundação Dom Cabral de Minas Gerais, especialização em Liderança pela FDC/Kellogg School of Management em Evanston (EUA), participação do IEE (Instituto de Estudos Empresariais) e experiência na área internacional, implantando a área comercial de exportação interna na Bibi e expandindo as exportações para além da América Latina.
Além disso, atuou também em diversas áreas da empresa e, em 2010, liderou a estruturação da Bibi Franchising, expandindo o projeto de lojas exclusivas da marca para mais de 62 cidades em 23 estados brasileiros, além dos pontos internacionais, registrando um crescimento da rede desde o ingresso no mercado de franquias, em 2008.
Dessa forma, Marlin irá auxiliá-la no processo de transição até abril de 2019.
Em seguida, passa a atuar como presidente do Conselho Consultivo, composto por Cristina Franco, empresária e ex-presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising), e Volnei Garcia, da Dom Cabral.
A diretoria segue a mesma, com Camila Kohlrausch, como diretora de desenvolvimento de produto, marketing e franquias; Rosnei Alfredo da Silva, como diretor administrativo e financeiro; e Rosnaldo Inácio da Silva, como diretor de competitividade.
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