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Motoristas de aplicativos viram oportunidade para locadoras

20/07/2017

DCI – Vivian Ito – 14/07

Com queda no valor da diária do aluguel, o setor consegue ampliar o foco em pessoa física e abrir novos espaços para crescer enquanto a concorrência fica mais acirrada

De problema a aliada, as plataformas de transporte urbano (como Uber e Cabify) viraram uma oportunidade de demanda para as locadoras de veículos. Com uma acentuada queda no valor da diária – de 38% do salário mínimo para 9% -, o serviço fica ainda mais acessível e consegue agora aumentar as opções também para pessoa física.

Apesar de manter-se pulverizado – já que as três maiores possuem menos de 40% do mercado -, o setor passou por uma grande mudança nos últimos meses com a abertura de capital da Movida, a compra da Hertz pela Localiza e o ganho de mercado da Unidas. Com isso e a crise econômica, a concorrência aumentou e as empresas devem ser mais agressivas.

De acordo com o diretor de finanças e relações com investidores da Localiza, Roberto Mendes, não apenas os motoristas das plataformas de transporte urbano têm ganhado relevância no mercado, mas a carteira de pessoa física como um todo. “Existe uma mudança no hábito do consumidor que está preferindo não ter carro e alugar quando precisa”, aponta.

Segundo o executivo, assim como ocorreu no setor hoteleiro com o Airbnb e na indústria da música com o Spotify, está acontecendo no segmento de locação de veículos. “Temos visto as pessoas usando aplicativo na cidade e aluguel de carro em uma distância é maior”, acrescenta o presidente do conselho nacional da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), Paulo Nemer. Segundo ele, a média de uso de um carro pessoal é de 5% do tempo. “Nos outros 95% você tem um gasto para ficar na garagem.”

“Além disso, há um custo benefício que está sendo percebido. O preço está muito mais acessível. Em 2001, a diária era 38% de um salário mínimo e hoje menos de 9%”, explica o diretor da Localiza. Na companhia, entre as estratégias para captar essas demandas estão as parcerias com as plataformas para transporte e o lançamento de um plano mensal para pessoas físicas. “A gestão de frota é para o corporativo e já existe, mas agora estamos começando a oferecer um contrato mensal para pessoas físicas. É quase uma nova demanda, porque a participação é pequena”, conta.

De acordo com os resultados do primeiro trimestre de 2017 da Localiza, a tarifa média teve uma queda de 5,2%, na comparação com o mesmo período de 2016, chegando a R$ 79,27. Na mesma base de comparação, a empresa teve um aumento de 25,1% no número de diárias de aluguel de carros e de 6,7% nas diárias de gestão de frotas. Ao todo, o lucro líquido subiu 16,8% na mesma comparação.

Além dos novos nichos, Mendes acredita que a aquisição da Hertz Brasil irá trazer muitas oportunidades, sobretudo, com o público estrangeiro. “No Brasil vamos transformar a marca usando o nome da Localiza e da Hertz juntos. Estrangeiros que não conheciam a Localiza caminhavam para uma marca americana e com a mudança isso vai mudar”, destaca. No mundo, a parceria ajudará na exposição visual da empresa. Ontem, a Localiza emitiu um comunicado dizendo que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição da Hertz Brasil e a aliança estratégica com a The Hertz Corporation.

O mercado

Saindo um pouco do cenário das grandes, o mercado como um todo teve uma leve queda no desempenho em 2016, de acordo com Paulo Nemer da Abla. “Os contratantes de construção, petróleo e infraestrutura são grandes tomadores e nos últimos tempos com a redução de investimento e a lava jato devolveram as frotas”, explica. Segundo ele, uma demanda que ajudou foi o de empresas de pequeno e médio porte que preferiram vender seus ativos para melhorar o fluxo de caixa e terceirizaram as frota. “Com isso, o estrago foi menor”, destaca.

As notícias para este ano, no entanto, são melhores. “Já sentimos nos primeiros meses [de 2017] uma mudança. Devemos ter crescimento e será bem melhor que em 2016%, diz Nemer. Para ele, outra demanda que tem ajudado o setor são os contratos com o governo que estão aumentando anualmente.

Outros modelos

Na plataforma on-line para aluguel de carros, a Rentcars.com, o crescimento também tem sido expressivo. “Entre 30% e 35% no mercado doméstico e mais de 100% no internacional, pois estamos expandindo a presença”, explica o CEO da Rentcars.com, Francisco Millarch.

Para ele, além da queda do preço da diária, o aumento do investimento das locadoras em publicidade off-line tem ajudado, sobretudo, na demanda de lazer, ou pessoa física, que representa 80% da carteira da Rentcars.com. Por isso, a projeção, segundo ele, é que esse crescimento próximo a 30% seja mantido ao longo do ano.

No modelo de franquia, muito usado pelas locadoras, a projeção também é de melhora. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Altino Cristofoletti, a expectativa é que as locadoras associadas tenham um crescimento de faturamento entre 8% e 9%, em linha com o franchising. “É pequeno ainda, mas mudou curva de tendência”, assinala. Já o número de unidades, que em 2016 teve uma queda de 7,7%, para Cristofoletti, tende a se manter. As associadas à ABF são a GMC Corporate Rent a Car, Localiza, Rede Brasil Aluguel de Veículos e Unidas.

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