Smartphones usados é mercado em expansão e atrai empresas

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Mercado de smartphone usado cresce e atrai empresas globais

23/05/2017

DCI – Pedro Arbex – 15/05

Em expansão. Com a maior aposta de redes internacionais e brasileiras, o segmento deve ver um salto nos próximos anos, ganhando musculatura com a queda na venda de aparelhos novos

O mercado de celulares usados, ainda pouco estruturado no Brasil, tem ganhado musculatura nos últimos anos, com a maior aposta de algumas empresas e a queda da venda de aparelhos novos. A tendência é que o segmento, que no ano passado comercializou cerca de 130 milhões de itens globalmente, dê um salto daqui para frente no País.

O potencial tem atraído a atenção de companhias internacionais, que enxergam uma oportunidade grande de expansão na região. É o caso da Brighstar, norte-americana de recompra de aparelhos usados, e da italiana Phonup, que lançará em junho a primeira franquia de venda de celulares usados no País. No âmbito nacional, o site Barateiro (da Via Varejo), que vende smartphones reembalados e seminovos, também aposta no ramo, e acaba de transformar a operação em marketplace.

“Temos visto um crescimento muito forte desse mercado no Brasil. Em 2012, o tíquete médio e a penetração dos celulares na população começaram a crescer e isso criou um fenômeno que tem estimulado a procura por aparelhos usados”, diz o presidente da Brighstar Brasil, José Froes. De acordo com ele, esse mercado existe há um tempo no País, na venda C2C (entre consumidores), mas só surgiu com mais força no segmento B2C (empresas para consumidores) nos últimos três anos.

Um dos fatores que retardou a expansão do modelo, segundo Froes, é o fato do Brasil não permitir a importação de aparelhos usados. Dessa forma, as varejistas do ramo só podem ser abastecidas pelo mercado interno, onde o preço tende a ser maior.

A companhia, que entrou em 2013 no País através da parceria com a operadora Vivo e com a Apple, ampliou no ano passado a atuação firmando acordo com grandes varejistas do ramo de eletrônicos, como a Via Varejo (Casas Bahia e Pontofrio) e a Magazine Luiza. No sistema de recompra, ou ‘buyback’, o consumidor entrega seu celular usado e recebe em troca um bônus para a compra do novo.

Com os celulares recolhidos, a empresa norte-americana realiza o reparo e depois vende para varejistas que trabalham com a comercialização de usados. No ano passado, conta Froes, a companhia recolheu 200 mil aparelhos e a meta para este ano é mais do que dobrar o valor, para cerca de 500 mil. A Brighstar Brasil lançará também, a partir do mês que vem, o serviço de aluguel de celulares para empresas. “Até o final do ano, queremos ter, em ativos locados, mais de R$ 30 milhões de reais – ou 10 mil aparelhos”, afirma.

Um dos parceiros da empresa, na parte da revenda, é o site Barateiro, que, vislumbrando o crescimento desse mercado, acabou de transformar a operação em marketplace. Em um primeiro momento apenas dois lojistas integram a plataforma: o Webfones e o Mais Barato Store. O plano da empresa, no entanto, é chegar à 23 lojistas até o final deste ano. “O mercado todo tem se movimentado muito e a taxa de crescimento de quem opera nesse ramo ampliado”, diz o diretor de marketplace, soluções e serviços da Via Varejo, Paulo Madureira.

Uma das vantagens do mercado de celulares usados, de acordo com ele, é que a taxa de conversão em vendas é consideravelmente superior, em comparação com o ramo de novos. Segundo dados internos da Via Varejo, a conversão pode ser de duas a três vezes superior. “O consumidor já chega com uma disposição maior para a compra”, afirma.

Franquia de usados

De olho nesse nicho, e com um modelo pautado no franchising, a Phonup também tem apostado no mercado brasileiro para a expansão da rede. A empresa, que inaugurará no início de junho uma loja piloto na capital de São Paulo, tem planos de abrir mais dez unidades até o final deste ano e de chegar, no longo prazo, a 300 operações.

Para isso, a companhia contratou a consultoria Global Franchise. “No Brasil não há muitos concorrentes consolidados nesse mercado. Então, apesar das barreiras – como a impossibilidade de importar celulares usados – a empresa viu uma oportunidade grande”, afirma o diretor-presidente da empresa, Paulo César Mauro.

Ele explica que na Europa, a Phonup importa muitos celulares da China, onde o preço é consideravelmente menor. Como isso não é permitido no Brasil, a rede de franquias tem buscado fazer parcerias com operadoras e varejistas. “Este trabalho de negociação de acordos já está sendo feito e o máster-franqueado também já foi escolhido”, diz. Ele acrescenta que o lançamento oficial da marca será feito na feira da ABF, que ocorre no final de junho.

No segmento C2C, onde o mercado de smartphones usados já está mais consolidado, o crescimento tem sido expressivo nos últimos anos. De acordo com o CCO da OLX, site de venda e compra de usados, Marcos Leite, a categoria tem crescido acima da média geral da empresa. No ano passado, por exemplo, a alta no volume de vendas foi de 125%, para 3,8 milhões de aparelhos; enquanto as vendas gerais da OLX cresceram 90%.

No primeiro trimestre deste ano o cenário foi semelhante: as vendas de celulares usados cresceram 55,2% (com a comercialização de 1,2 milhão de produtos), frente a um crescimento geral da plataforma de 31,9%.

“O potencial da categoria é muito grande. São itens com um valor maior – e que vem aumentando – e que o brasileiro cada vez mais tem vontade de possuir”, afirma o executivo.

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