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Geração Y quer modelos mais flexíveis

05/04/2017

Valor Econômico – Simone Biehler Mateos – 27/03

A estreia da geração Y nas franquias – primeiro como franqueados e mais recentemente como franqueadores – está revolucionando a área. Esses jovens empreendedores estão promovendo a assimilação ultra rápida das tecnologias digitais não só na gestão do negócio,  como na comunicação entre franqueados e franqueadores e pondo em cheque a unilateralidade dessa relação. Estão trazendo para o setor a preocupação com um ambiente e ritmo de trabalho mais compatíveis com a qualidade de vida e também a preocupação com o impacto de suas atividades sobre o ambiente, a sociedade e a saúde humana. Contratos mais flexíveis, que permitam abandonar a franquia em prol de outro projeto é outra demanda desses jovens empreendedores.

“Com a geração Y, as franquias estão passando a funcionar como uma rede inteligente que se reinventa permanentemente com a participação ativa e criativa dos franqueados”, resume Juarez Leão, diretor institucional da Associação Brasileira de Franchising (ABF).  “Com a velocidade do mundo digital, as inovações têm de ser mais rápidas e descentralizadas, o que exige uma boa sintonia entre franqueador e franqueado, canais de comunicação ágeis e de mão dupla”, acrescenta Alberto Serrentino, consultor e fundador da Varese Retail.

As franquias são modelos bem sucedidos que atraem jovens interessados em empreender, mas com pouca experiência. “Eles se encantam enquanto estão aprendendo, mas logo começam a querer aperfeiçoar o negócio. Se não houver espaço e flexibilidade para isso, eles partem para outro projeto”, diz Serrentino.

Foi esse o caso de Diego Castro, sócio-fundador de uma franquia especializada na venda de publicidade em saco de pão. Ele passou por cinco empresas em quatro anos, antes de iniciar seu próprio negócio. “Em todas, eu percebia que os processos podiam ser mais eficientes com mais interação digital e me frustrava com a falta autonomia e de espaço para inovar.”

Insatisfeito, Castro associou-se a dois amigos — todos na faixa dos 25-26 anos – para abrir uma franquia de publicidade em sacos de pão. Bastaram seis meses para os sócios terem clareza de que tudo o que precisava mudar no negócio. “A capacitação e o suporte ao franqueado eram péssimos e não havia comunicação que permitisse superar isso”, explica Castro. Em 2015, os três sócios fundaram a PremiaPão, sua própria franquia para atuar nesse nicho.

Começaram em Recife, trabalhando cada um em sua casa, e, em menos de dois anos, tornaram-se líderes nacionais nesse segmento, com quase 180 franqueados em todo o país, um faturamento anual de R$ 3 milhões e a meta de terminar o ano com 350 franquias e faturamento de R$ 5 milhões.

Na PremiaPão, o suporte e a capacitação dos franqueados são feitos on-line de forma permanente. Trabalhando em casa, em qualquer lugar do país, eles recebem treinamento em vendas e empreendedorismo por computador ou celular. Também podem fazer sugestões e esclarecer dúvidas diretamente com os diretores da empresa usando Hangout, Facebook, Skype ou Instagram.

E os franqueados máster – que se destacam pela produtividade – ficam encarregados de estreitar a relação com os demais da sua região.  “É nessa comunicação permanente de mão dupla que aprimoramos o negócio”, explica Castro. O suporte oferecido inclui ainda e-mail marketing enviado para possíveis clientes indicados pelo franqueado e um designer experiente para fazer os anúncios.

Para os fundadores da PremiaPão, entretanto, tão importante quanto a eficiência e a rentabilidade é o fato de a empresa favorecer a qualidade de vida dos colaboradores. Os franqueados trabalham em casa, com dedicação flexível. Já na sede da franquia, em Recife, cada um faz o seu horário, podendo trabalhar menos se tiver mais produtividade – que é medida automaticamente por um aplicativo.

“Os 13 membros da equipe trabalhamos em média 6 horas por dia e todos, dos diretores aos estagiários, juntos num único espaço para facilitar a circulação de informações e ideias.  É um ambiente agradável e informal, como buscamos que seja nossa relação com os franqueados”, diz Castro. Graças a isso, garante ele, mesmo sem colocar empecilhos ao desligamento de franqueados, a PremiaPão tem turnover baixíssimo.

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