Franquias estão otimistas com a economia para 2017

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Franquias veem recuperação na economia e estão otimistas para 2017

20/10/2016

Pequenas Empresas & Grandes Negócios – Adriano Lira – 7 de outubro de 2016

Para empreendedores e especialistas do setor, o franchising soube suportar a crise e se prepara para um ano melhor

Em 2014, o Brasil entrou em um clima de incerteza. Naquele ano, a economia do país cresceu apenas 0,1%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em 2015, a crise chegou com tudo: queda de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o pior resultado econômico do país desde 1990. Apesar do cenário ruim, as franquias brasileiras obtiveram números expressivos em 2014 e 2015: o faturamento do setor subiu 7,7% e 8,3%, respectivamente, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Para Beto Filho, presidente da ABF Rio de Janeiro, não se pode dizer que o setor não foi afetado pela crise – até porque o franchising brasileiro chegou a crescer 20% em 2010. “Não mantemos o crescimento em dois dígitos, mas nossos resultados nos últimos anos, dadas as circunstâncias, devem ser comemorados”, afirma.

De acordo com Filho, a expectativa é que o setor cresça 8% em 2016. Ainda não há metas para 2017, mas o presidente da ABF Rio já adianta que o setor se prepara para voos mais altos. “Vamos superar o resultado deste ano.”

Filho afirma que o bom momento do setor é um resultado, também, do desempenho do franchising nos anos de crise. “As franquias têm marcas consolidadas, conhecidas pelos clientes. Têm processos mais estabelecidos, uma disciplina financeira maior. Tudo isso contribuiu para o desempenho do setor nesse período”, diz.

Outro fator digno de nota, de acordo com o presidente da ABF fluminense, é a criatividade das franqueadoras brasileiras. “As empresas criaram formatos diferentes, mais baratos e mais compactos: surgiram quiosques e unidades móveis, com preços adaptados à realidade dos empreendedores brasileiros.”

A opinião é compartilhada por Jaqueline Garcia, analista do Sebrae-RJ. “O brasileiro, num geral, gosta mais de realizar do que de planejar. Mas a franquia faz o contrário disso. As redes planejam, pensam no longo prazo e com mais cautela. Elas têm mais musculatura e são mais preparadas para encarar cenários adversos”, diz.

Também de acordo com Jaqueline, o nível de exigência dos empreendedores do setor aumentou consideravelmente nos últimos anos. “O potencial franqueado de hoje entende mais o negócio e está muito mais preparado que o empreendedor de 10 anos atrás. Há muito mais informação disponível para ajudar os interessados em uma unidade. Isso faz com que as redes também precisem aumentar seus padrões de qualidade.”

Para Filho, os donos de redes de franquias estão mais animados no segundo semestre deste ano. Essa euforia, de acordo com ele, tem a ver com o fim do processo de impeachment. “Quando ficou definido quem era o presidente do país, os investidores começaram a injetar dinheiro do país e o clima já é de mais otimismo”, diz.

Ele afirma que o número de visitantes da Expo Franchising ABF Expo Rio, feira de franquias realizada entre 6 e 8 de outubro no Riocentro, é outro sinal de que o setor está reaquecendo. “O número de pessoas que se cadastraram para vir ao evento cresceu 72% entre 2015 e 2016. Acredito que não conseguiríamos esse resultado se a feira fosse realizada na época do impeachment.”

Jaqueline, por sua vez, elenca um fator mais amplo para explicar o otimismo dos setores: a aprovação, neste mês, do Crescer Sem Medo, projeto que elevará os tetos do faturamento de microempreendedores e pequenas empresas. “O Sebrae acredita que a crise está no final”, afirma.

Quando perguntado sobre as franquias que surgem como tendência para os próximos anos, Filho se baseia na condição do país em 2017 para dar sua resposta. “No ano que vem, não vai dar para poder ir para os Estados Unidos gastar em dólar. Vamos ter que ficar por aqui. As franquias de entretenimento e diversão vão faturar porque, grosso modo, ninguém vai sair do país. As redes de beleza também, porque o brasileiro vai querer ficar mais bonito e resgatar sua autoestima.

Negócios de alimentação saudável também contribuem para a autoestima, pois mantêm seus consumidores em forma.”

Preparação e otimismo

Para Megamatte e iGUi, duas das franquias mais estruturadas do país, os anos de crise foram difíceis, mas as redes se mexeram para minimizar os impactos do mau momento da economia.

Júlio Monteiro, diretor executivo da Megamatte, especializada na venda de mates orgânicos e produtos assados, a franquia se antecipou ao “furacão” da crise para atravessá-la sem maiores percalços. “Nós aumentamos nossa proximidade com os nossos franqueados. Ficamos ainda mais próximos deles, orientando-os e os ajudando a manter as unidades rentáveis.”

A rede tem 130 unidades, sendo que 90% delas estão no estado do Rio de Janeiro. Em 2017, a empresa dará início a uma expansão nacional mais ousada. “Nossa meta é chegar a 200 unidades e ampliar nossa presença em todo o território nacional.”

Já a iGUi, conhecida pela fabricação de piscinas, criou novidades para sobreviver à crise. A rede desenvolveu um aplicativo de controle de piscinas, voltado para o consumidor final de seus produtos, e criou a Trata Bem, um formato compacto com produtos para a manutenção de piscinas e que também vende os ambientes. “Atravessamos bem a crise. Saímos desse momento melhores e mais fortes”, diz Alessandra Luchi, diretora de expansão da iGUi. A rede planeja crescer entre 10% e 15% em 2017, de acordo com a executiva.

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