Como ganhar produtividade e eficiência a partir da crise

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Esforço para ganhar produtividade e eficiência cresce a partir da crise

07/07/2017

Valor Econômico – Tatiana Resende, Edson Valente, Mariana Iwakura e Raquel Bocato – 30/06

A crise não poupou o franchising brasileiro. A retração do PIB, a queda no poder de compra do consumidor e a incerteza em relação aos rumos econômicos e políticos resultaram em crescimento mais tímido do faturamento das franquias nos dois últimos anos. O número médio de funcionários por unidade caiu, assim como o total de marcas que operam no franchising.

Se, por um lado, a crise causou esse enxugamento nas empresas do setor, por outro, os negócios se tornaram mais eficientes. Aprenderam a fazer mais com menos. “As empresas estão se reinventando e criando formas para cortar custos e oferecer melhores condições para o consumidor”, diz a professora de economia do Insper Juliana Inhasz.

É na eficiência na área de gestão que as marcas devem se concentrar. Não há consenso em relação ao cenário econômico para o segundo semestre de 2017 e para 2018. “O lado bom da crise é que esse movimento de busca da produtividade deve permanecer no setor de franquias”, afirma Samy Dana, professor da FGV.

Após anos de crescimento do número de empresas franqueadoras, o cenário começou a mudar no Brasil. Em 2016, o total de marcas que atuam no franchising teve redução de 1,1%, enquanto o número de unidades cresceu 3,1%. “É um movimento natural, principalmente com a crise econômica. As redes que não conseguiram bons resultados decidiram se expandir com unidades próprias ou sair do mercado”, afirma Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF.

Uma consequência desse movimento foi a elevação da média de unidades por rede. Entre 2015 e 2016, essa razão passou de 45,02 para 46,92.

Na esteira da crise econômica, o número de redes que operam com microfranquias – unidades com investimento inicial de até R$ 80 mil, até o ano passado, e de até R$ 90 mil, neste ano – vem crescendo. O total de marcas desse tipo chegou a 557 no fim do ano passado, o que representa aumento de 12,1% em relação ao ano anterior.

As redes de franquias alcançaram 42% dos municípios brasileiros em 2016, no ano anterior eram 40%. A concentração das unidades franqueadas e das sedes das empresas franqueadoras se mantém na região Sudeste.

O Nordeste, no entanto, vem ampliando sua participação, passando de 14,1% do total de unidades em 2014 para 15,6% no ano passado. “Há uma oportunidade gigantesca para o crescimento do setor no país, principalmente nas regiões Norte e no Nordeste”, afirma Alexandre Guerra, vice-presidente da ABF.

O total de empregados no franchising teve variação de 0,2% em 2016. Como o número de unidades franqueadas cresceu 3,1%, pode-se inferir que há, na média, menos funcionários por loja. No país como um todo, foram fechadas 1,3 milhão de vagas com carteira assinada em 2016, segundo o Ministério do Trabalho.

O fechamento de franquias subiu 0,7 ponto percentual entre 2015 e 2016, chegando a 5,1% das unidades. “É um processo natural após quase três anos de baixa”, afirma Cristofoletti Junior.

É ainda um percentual reduzido se comparado à mortalidade geral de empresas. A estimativa do Sebrae é que 33% dos negócios abertos em 2014 tenham fechado as portas até o fim do ano passado. “Quem opta por uma franquia gosta de se arriscar menos do que quem abre o próprio negócio”, diz Leandro Reale Perez, consultor do Sebrae-SP.

As expectativas para 2017 pedem muita cautela. Os desdobramentos da crise política têm gerado incerteza quanto às taxas de juros, ao dólar e à projeção de crescimento do PIB. Mesmo assim, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) projeta expansão de 7% a 9% no faturamento das franquias para 2017. “O setor é resiliente e, agora, as redes estão mais bem preparadas para passar por momentos de dificuldade”, afirma Alexandre Guerra, da ABF.

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