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Entenda como as marcas de sucesso usam o design para alavancar as vendas

24/01/2017

Brasil Econômico – Guilherme Parolim  – 16/01

O desenho das embalagens e a organização das lojas podem gerar resultados positivos para as marcas; saiba como as companhias se beneficiam do design

O sucesso de um negócio está atrelado a uma série de questões que devem receber a atenção do empreendedor. Produtos ou serviços interessantes e um bom atendimento são pontos essenciais para que uma empresa consiga destaque no mercado. Existe, no entanto, um fator primordial que, em muitos casos, é deixado de lado: o design.

Dependendo do setor de atuação da empresa, o design pode parecer uma questão secundária, mas são muitas as situações em que o desenho do produto pode impactar as vendas de forma direta. Foi o que aconteceu com a rede de lojas de castanhas Nutty Bavarian no segundo semestre de 2016.

Aproveitando o lançamento do quinto filme da franquia “A Era do Gelo”, a empresa fez uma parceria com a Fox e criou embalagens especiais – chamadas de bowls – que foram distribuídas durante três meses. O saldo final foi de 70 mil unidades vendidas e um faturamento bruto superior a R$ 2 milhões, além da primeira colocação na categoria “Embalagem” do Prêmio ABF + RDI Design 2016.

“Uma embalagem comum não teria prospectado tantas vendas. O consumidor compra por impulso. Por ser uma embalagem diferenciada, que não existe no mercado, por ter o apelo do personagem, a gente fez com que as pessoas saíssem de casa com destino de comprar a embalagem. Mudou o comportamento de consumo. Se tivesse desenvolvido uma embalagem convencional teria uma saída, porém com os bowls eu consegui trazer mais pessoas para o quiosque”, conta Danilo Tanaka, gerente de marketing da Nutty Bavarian.

Ele afirma também que a ideia era desenvolver uma embalagem prática, que a pessoa pudesse deixar na mesa e conseguisse pegar de forma fácil. Além disso, a possibilidade de reutilização também foi vista como um diferencial pelo consumidor. “As pessoas fizeram coleção. Elas guardaram as embalagens e isso era foi um apelo a mais”, afirmou.

A importância do design no trabalho das empresas também é reforçada por Décio Pecin, presidente da rede de ensino de idiomas CNA e diretor de marketing da ABF. “É fundamental para negócios, sobretudo para franquias. A apresentação visual não está so na fachada, está em todos os pontos de contato com o cliente. Quando a gente fala de uma rede de lojas ou de produtos, o design vai permitir que a experiência seja consolidada”, explica.

Pecin, que foi jurado do Prêmio ABF + RDI, acredita que o design seja a melhor ferramenta que uma marca tem para se expressar e fazer com que seu consumidor se identifique. “É um mecanismo que engaja para a inovação. Você consegue inspirar um cliente, o que é fundamental para conquistar e reconquistar o consumidor”, diz.

O presidente da CNA alerta para alguns cuidados que as marcas devem tomar ao investir em inovação visual. Ele diz que o design deve, obrigatoriamente, ser fiel aos valores da companhia. “Tudo que é produzido deve transmitir os valores e sentimentos que a marca quer expressar, independente de ser algo mais tradicional ou mais arrojado, contemporâneo. É preciso ser funcional e de fácil implementação, pois tem que aplicar em todas as unidades”, reforça Pecin.

Arquitetura das lojas

Não é apenas nas embalagens que o design aparece como uma boa ferramenta para o sucesso das empresas. A estruturação das lojas como um todo também pode ser capaz de atrair clientes e assegurar um número de vendas mais elevado.

A Outer. Shoes, rede de lojas de calçados, é um bom exemplo disso. Trabalhando com um conceito que recebeu o nome de Jardim Urbano, a unidade do Shopping Nova América, no Rio de Janeiro, venceu a categoria “Projeto arquitetônico – loja” no Prêmio ABF + RDI. De acordo com Juliana Neves, arquiteta especializada em varejo e responsável pelo projeto da unidade vencedora, quanto mais tempo o cliente permanecer dentro da loja por se sentir bem, maiores as chances de os funcionários conseguirem concretizar as vendas.

E para fazer com que os clientes se sentissem bem na unidade do Nova América, a arquiteta se apostou em artifícios que considera simples, mas que passaram uma sensação de conforto ao consumidor. “Usei coisas como chapisco de obra, mas foi dada uma cara diferente. Alguns detalhes de iluminação, uma cor inusitada. Isso ganhou vida. A loja bem equilibrada e a atmosfera ficou muito rica”, esclarece.

Além disso, Juliana também usou estratégias que considera eficientes para influenciar o cliente a comprar. “Existem alguns pontos de atenção que a gente sabe que são importantes para vender mais. Ser recebido com uma mesa de boas-vindas no meio de loja, que receba o cliente com o produto, por exemplo. Me preocupo com o percurso do olhar do cliente na loja. Se ele nao olhar o produto nao vai fazer a compra”, completa.

Segundo Filipe Lamim, diretor de expansão da Outer, a rede procura dar “um olhar diferente para as coisas”. Ao utilizar materiais do cotidiano de forma inovadora, a empresa consegue atrair os consumidores. “A consistência em trabalhar dessa forma vem trazendo um ganho. Os clientes buscam ter uma experiência. Mais do que comprar um produto, eles querem encontrar na marca o fato de estar buscando uma vida equilibrada”, diz Lamim, justificando a escolha do conceito de Jardim Urbano.

Padronização

A padronização no design das redes gera discordância entre os especialistas. Para Pecin, esta questão é fundamental pois é necessário trabalhar com a identificação da marca no ponto de venda. “É preciso ter uma padronização de fachada, layout e atendimento para que o consumidor possa se identificar independente de qual loja esteja”, reitera o diretor de marketing da ABF.

Para Juliana, a padronização não precisa ser tão rígida, desde que o conceito da rede seja sempre mantido como pano de fundo. “A gente acredita muito que, com uma espinha dorsal bem definida, a gente não precisa ter um padrão engessado de projeto. Isso nos dá uma liberdade criativa. Aquela história de que franquia precisa ser padronizada a gente até acredita, mas para marcas com muitas lojas. Para uma marca que está abrindo cinco, seis lojas por ano, é muito mais rico você ter uma espinha dorsal, uma atmosfera muito clara. No entanto, eu, como arquiteta, não preciso ficar presa àquele detalhe em toda loja”, conclui.

Lojas online 

Também é possível se beneficiar de uma boa aplicação do design nas lojas virtuais. Pecin acredita que as e-commerces podem trabalhar este conceito tanto no visual da página, que deve ser atraente para o consumidor, quanto nas embalagens dos produtos, que podem ser o “encantamento final do cliente”.

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