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É hora de investir em franquias?

19/06/2017

ISTOÉ Dinheiro – Negócios – 15/06

Especialistas dizem que sim. Setor passou imune à crise, com repetidos crescimentos de faturamento e, agora, oferece condições para o empreendedor crescer junto com a retomada da economia brasileira

O sonho do negócio próprio O apaixonado por franquias Suando para inovar Após oito quedas consecutivas, o PIB brasileiro cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Prontamente, do governo ecoou uma grande comemoração e o decreto de que a crise, finalmente, ficou para trás. Algumas semanas antes, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgara um aumento de 9,4% no faturamento do setor, que alcançou R$ 36,89 bilhões nos primeiros três meses do ano.

Considerando o contexto econômico do País, parece ser um desempenho significativo. Mas, na ocasião, o presidente da entidade, Altino Cristofoletti Júnior, lamentou. “O dado revela que a recuperação do ritmo de crescimento do franchising é gradativa, ainda abaixo dos dois dígitos”, afirmou na ocasião. Entre os altos e baixos da economia, o setor de franquias passou pela crise imune, apresentando faturamentos maiores ano após ano. “A crise passou muito longe do setor. O mercado está extremamente favorável”, diz José Carlos Semenzato, fundador da SMZTO Holding, a maior aceleradora de franquias do Brasil.

Também cresceu a quantidade de gente disposta a empreender com investimento em franchising: segundo a ABF, o saldo entre lojas fechadas e abertas ficou positivo em 1,3% no primeiro trimestre. São 142.673 unidades de franquias em operação no Brasil, que empregam 1.188.979 trabalhadores diretamente. A própria crise contribuiu para o aumento de número de lojas, uma vez que muitos daqueles que perderam o emprego resolveram arregaçar as mangas e empreender. E, em tempos de muitas incertezas, investir em uma marca consolidada e em um sistema em que traz todo um apoio ao empreendedor é visto como o melhor caminho a ser tomado.

Ainda mais com a retomada da economia batendo na porta, a despeito da crise política. “A hora de investir é agora”, afirma Semenzato. “A tendência é de queda na taxa de juros, que possibilitam financiamentos mais baratos, e os pontos comerciais ainda oferecem preços de alugueis interessantes.” O empresário aconselha ao empreendedor tomar essa decisão já no segundo semestre deste ano. Para Cristofoletti, toda a estrutura que há por trás do franqueado é uma das grandes vantagens desse modelo.

As franqueadoras investem continuamente em capacitação, inovação, desenvolvimento de fornecedores e na exposição da marca, dispensando do investidor de toda essa preocupação. “A franquia é um sistema virtuoso, aonde dois empreendedores se encontram: o franqueador, com toda sua experiência e poder de compra alargado, e o franqueado, que tem uma visão local e é mais ligado ao cliente final”, explica o presidente da ABF. Contam a favor também as estatísticas de poucas quebras no setor: a última pesquisa da ABF indicou que no ano passado o porcentual de franquias fechadas ficou em 5,1%.

A título de comparação, o dado mais recente do IBGE, referente ao estudo Demografia das Empresas 2016, aponta que mais de 60% das empresas criadas no Brasil fecham as portas antes de completar cinco anos. Sem ajuda, empreender fica mais difícil. Mas isso não significa, no entanto, que abrir uma franquia gerará automaticamente lucro. “Qualquer negócio, seja próprio ou de franquia, apresenta um risco”, explica Cristofoletti. O presidente da ABF destaca que os segmentos de alimentação e de saúde, beleza e bem-estar apresentaram crescimentos importantes nos últimos anos – mas alerta que uma decisão não deve ser tomada por esse motivo: “O empreendedor não deve investir no bom resultado hoje. É importante pensar em uma área com a qual se tenha afinidade”, diz.

Não é necessário desembolsar muito dinheiro para abrir uma franquia. Segundo Alexandre Guerra, vice-presidente da ABF, existem atualmente pelo menos 500 redes de microfranquias, cujo investimento mínimo é inferior a R$ 90 mil. Metade delas oferece investimento inferior a R$ 50 mil. Há redes cujo aporte mínimo é de R$ 20 mil. Claro que o retorno é diretamente proporcional ao investimento. “O que não significa que ele demore. O retorno pode ser menor em valores, mas em alguns casos vem até mais rápido”, explica Rocha.

Esse aporte inclui tudo o que se precisa para colocar o negócio em operação: investimento para adequação da loja, capacitação do franqueado para gerir uma franquia daquela rede, uma verba para marketing inicial e a taxa de franquia – mas isso costuma variar de uma rede para a outra. O importante é o empreendedor se informar bastante, pesquisar sobre a rede que está se associando e ter noções de gestão empresarial – o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) oferece cursos para marinheiros de primeira e até de segunda, terceira ou mais viagens.

“A própria ABF e algumas redes franqueadoras também oferecem cursos de capacitação para os empreendedores”, afirma Rocha. Ele ressalta, ainda, a importância de treinar a equipe contratada. “Muitos trabalhadores contratados por franquias estão em seu primeiro emprego, então acabamos contribuindo para a formação profissional das pessoas”, explica o vice-presidente da ABF. De acordo com o mais recente levantamento da ABF, referente ao primeiro trimestre do ano, os segmentos de alimentação (40,9 mil unidades), saúde, beleza e bem-estar (27,8 mil unidades) e serviços e outros negócios (21,4 mil unidades) são os mais procurados por franqueados.

A maior parte das unidades ainda são lojas de rua (65,9%), seguido por unidades em shopping centers (23%) e home-office (5,3%). O Boticário é a marca que tem mais unidades em operação no Brasil: são 3.730 lojas, segundo a associação (veja quadro na pág. 61). Subway, com 2.153, e Cacau Show, com 2.045, aparecem logo a seguir. A liderança da rede de cosméticos é fruto de um bem elaborado plano de negócios desenvolvido pela empresa de Curitiba (PR) a partir de 2008. Graças a ele o faturamento d’O Boticário praticamente dobrou em três anos, sempre com foco na expansão da rede.

“Abrimos, em média, 250 lojas a cada doze meses, nos últimos nove anos. Esse foi um período importante para levarmos O Boticário com força para todo o país”, explica Ivan Murias, diretor de franchising da empresa. Segundo o diretor, os franqueados colaboraram diretamente para a expansão. Para Murias, é essa proximidade com o franqueado que ajuda a explicar o sucesso d’O Boticário. Com investimento inicial de R$ 510 mil e previsão de retorno entre 18 e 26 meses, a rede hoje conta com lojas em todos os municípios brasileiros com mais de 30 mil habitantes.

Embora enxergue espaço para crescer ainda mais a rede, a expansão do número de lojas não é mais o foco principal da marca. Segundo o executivo, o trabalho atual é na modernização dos pontos de venda atuais – e, por isso, é preciso se reinventar sempre. “Trabalhamos para oferecer ao consumidor o que há de melhor no mercado de beleza, e isso vale não apenas para os produtos, mas para o relacionamento com as pessoas e a experiência que elas têm com a nossa marca”, explica. Essa máxima pode ser transferida para qualquer outra marca, de qualquer setor. A competição é acirrada, mas o constante crescimento do setor de franquias mostra que existe, sim, espaço para todos.

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