Redes têm oportunidade nas vendas para idosos

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Redes têm oportunidade nas vendas para idosos

08/03/2017

Valor Econômico – Katia Simões – 23 de fevereiro de 2017

Com 142 mil unidades em operação e um faturamento na casa dos R$ 150,7 bilhões em 2016, o segmento de franchising registrou um crescimento nominal de 8% em relação ao ano anterior. Descontando-se a inflação oficial de 6,29%, o saldo ainda foi positivo e comemorado pelo setor. O número de redes em operação, contudo, caiu 1,10%, totalizando 3.059. As expectativas para 2017 são positivas, com projeção de crescimento de 7% a 9%. É neste cenário que Altino Cristofoletti Júnior, fundador da Casa do Construtor, assume a presidência da Associação Brasileira de Franchising (ABF) para o biênio 2017/2018. Em entrevista exclusiva, ele aponta os principais desafios e as tendências do mercado de franchising ao longo de 2017, tendo no crédito um de seus maiores gargalos.

Valor: O que garantiu um desempenho positivo em 2016, quando o país atravessou um dos seus piores períodos econômicos?

Altino Cristofoletti Júnior: O franchising não é uma ilha, ele vive a realidade do país. Tanto vive que tivemos uma diminuição no número de redes, de 3.073 para 3.059, algumas deixaram de franquear, outras saíram do mercado. Mas as franqueadoras olharam para dentro de casa, trabalharam na reestruturação de suas competências, repensaram processos.

Valor: O enxugamento do número de redes tende a continuar?

Cristofoletti: Como em outras áreas, o franchising passa por um período de fusões e aquisições. As holdings devem crescer. O novo cenário é reflexo não só do momento econômico, mas do amadurecimento do setor. A figura do multifranqueado ganhou destaque e o franqueador quer que ele cresça dando prioridade às suas marcas, escolhendo redes dentro do seu próprio guarda-chuva e não ciscando no quintal do vizinho. É um sistema de blindagem que as holdings tentarão fazer e para isso precisarão diversificar o portfólio, adquirindo algumas redes ou passando a franquear novos negócios.

Valor: Onde estão as novas oportunidades para quem deseja investir em franquias em 2017?

Cristofoletti: Dois grandes segmentos devem ganhar espaço nos próximos anos: o de produtos e serviços para o público mais maduro e a área digital. A população brasileira está ficando mais idosa. Em 2020 vamos praticamente equiparar o número de jovens com o número de idosos. Então, negócios formatados para esse público devem ser uma grande tendência. As oportunidades não se restringem a serviços específicos, como o de cuidadores, mas a vários segmentos como beleza, moda, bem-estar, construção. Na outra ponta, a internet das coisas terá um peso grande na mudança de comportamento das pessoas e do mercado, alavancando serviços e produtos na área digital. Nesse sentido, há um grande mercado a ser explorado com a aproximação do sistema de franquias do movimento de startups. Há muitas empresas nascentes com grande explosão digital que podem ser multiplicadas via franquia.

Valor: O crédito continuará a ser um dos grandes desafios do franchising em 2017?

Cristofoletti: Sim. Não devemos ter a ilusão de que teremos uma solução a curto prazo. As instituições financeiras continuarão a oferecer alguma coisa, mas para quem não precisa, infelizmente. Você pega um BNDES, que tem uma estrutura enorme, porém trabalha para as grandes no lugar de ser o principal fomentador das pequenas e médias empresas. É preciso mais agilidade na liberação do dinheiro e mais flexibilidade na exigência de garantias.

Valor: Para onde deverão se dirigir as redes nos próximos dois anos? Com quais formatos?

Cristofoletti: As cidades abaixo de 100 mil habitantes continuarão a ser foco das redes, o que leva a um crescimento da interiorização do sistema, como aconteceu nos últimos anos. Com relação a pontos, a rua continua sendo o principal direcionador de instalação das franquias, embora devam surgir muitos negócios que não precisam do ponto físico. Novas operações home based ou instaladas em escritórios compartilhados. Entre os formatos, quiosques e operações store in store devem ganhar fôlego, pois otimizam custos e permitem instalação em endereços diferenciados como escolas, universidades, hospitais, academias e home centers, entre outros. Os hospitais, por exemplo, já contam com uma praça de alimentação, com uma ou mais redes de franchising. Em pouco tempo terá alguém ali fazendo massagem, sobrancelha, porque tem o doente, mas tem também os acompanhantes.

 

 

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