DCI – Vivian Ito – 11/11
O número de franquias no Brasil atinge apenas 1,7% do total, mas segundo especialistas isso deve mudar. As marcas RE/MAX e Coldwell Banker devem dobrar unidades nos próximos dois anos
Com a retração econômica e a diminuição de lançamentos nas principais capitais do País, agências imobiliárias familiares e de pequeno porte se rendem ao modelo de franquia.
No Brasil, apenas 34 mil empresas possuem este formato (1,7% do total). Contudo, para especialistas a tendência é que o número dobre até 2018. Já que com a incerteza econômica as imobiliárias de menor porte que estão mais sensíveis às mudanças macroeconômicas perceberam que para competir no mercado a saída menos arriscada é fazer parte de uma rede que já esteja consolidada no segmento.
O fenômeno já ocorreu em outros países como Austrália e os Estados Unidos (EUA), onde mais de 80% das agências imobiliárias fazem parte de uma rede ou marca.
No Brasil, um exemplo de crescimento deste segmento é a companhia americana RE/MAX, que atualmente possui 200 unidades em 22 estados e até 2018 pretende atingir mil franqueados.
"O setor é de serviços e não de matéria-prima, por isso trabalhar com uma marca estabelecida pode ser uma vantagem", afirma o diretor de Expansão da RE/MAX Brasil, Ernani Assis.
Para ele, a qualificação e a estratégia baseadas em um modelo de negócio é, do ponto de vista empreendedor, mais eficaz, ja que uma rede franqueada oferece: seu know-how, sistema de tecnologia próprio, estratégias de marketing e leque de produtos.
Diferencial
De acordo com especialistas consultados pelo DCI, uma das maiores dificuldades que as agências menores sofrem é a captação de imóveis. "Quanto menor o cadastro do consultor, menor as chances de venda", acredita o vice-presidente de expansão da Coldwell Banker, Jefferson Ramirez. Para ele, a vantagem das redes é o cadastro compartilhado entre os franqueados.
Atualmente, a rede Coldwell Banker, que chegou ao Brasil em 2012, oferece aos associados um cadastro com 2,2 milhões de imóveis no Brasil e dois milhões no exterior. Em 2013, o número de imóveis no País era metade do valor atual.
"Assim, o vendedor e o captador podem se beneficiar. Já que a comissão é dividida entre ambos", completa.
Mesmo atingindo a meta de franqueados esperados para 2014, Ramirez acredita que a retratação econômica sim influenciou nos negócios e dificultou a captação de novos clientes. "Mesmo assim, a empresa espera atingir a meta de 60 unidades até o final do ano", afirma. A previsão de expansão para 2015, é de atingir um total de 200 franqueados. "Atualmente as pessoas são mais inseguras na hora de realizar um investimento em um novo negócio", afirma o empresário.
Segundo ele, outro diferencial que pode ajudar em momentos de economia fraca são os modelos de capacitação adotados pelas franquias que podem ser realizados a distância ou presencialmente para melhorar a performance do franqueado. Para ele, é importante que o empreendedor consiga focar no seu público, identificar o perfil do comprador por tipo de imóvel e até a administrar o próprio negócio.
Regiões aquecidas
Entre as regiões que apresentaram maior crescimento para Coldwell estão: Sudeste, com foco na capital paulista e o nordeste, que cresceu acima do esperado. E os estados com maior previsão de crescimento no próximo ano são: Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Já para a RE/MAX as regiões mais aquecidas no ano foram: Maranhão, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte. A previsão de crescimento para o estado de São Paulo é de 65 novas agências em 2015: 35 na capital e 30 no interior.
São Paulo
A imobiliária Paulo Roberto Leardi também está em processo de expansão desde 2012 e acaba de inaugurar uma unidade na região do Butantã, na cidade de São Paulo. A empresa já possui 43 unidades na cidade e três em Brasília.
Segundo a franquia, a zona oeste é um ponto estratégico da cidade, já que tem apresentado um crescimento constante no mercado imobiliário. A unidade deve atender nove bairros próximos tais como o Rio Pequeno e o Jardim Ester.
