Jornal DCI – Igor Utsumi – 02/12
A aposta em franquias móveis pode ser uma alternativa viável para empresários que já possuem uma unidade em funcionamento. O formato aproveita o alto fluxo de clientes em feiras e eventos para compensar o investimento em uma operação que funciona por períodos curtos.
Para o franqueado, esse modelo de franquias traz um retorno rápido do capital investido e permite gerar receita sem a necessidade de contar com mais uma Ioja fixa. Já para o franqueador, pode ser um modo de consolidar a marca em grandes eventos.
Em entrevista ao DCI, a diretora de expansão e operações do Rei do Mate, Adriana Lima, afirma que as lojas possuem despesas iguais a de lojas fixas, tornando necessário um faturamento elevado. "Os equipamentos, por exemplo, vão durar por alguns anos, e os funcionários têm que ser pagos mensalmente. Pode ser que os funcionários fiquem dez dias sem trabalhar, e mesmo assim recebem mensalmente", comenta. "O evento, por ser curto, precisa justificar o investimento".
Para Adir Ribeiro, o potencial é interessante, mas manter a franquia móvel de forma rentável é um desafio. "A oportunidade é atraente, mas é necessário avaliar a viabilidade. Ao se investir em uma franquia móvel para a Copa, a iniciativa é bastante válida durante o evento. Mas é questionável se depois da Copa do Mundo continuaria dando retorno. Não se pode apostar no modelo por impulso, sem planejamento."
O sócio-diretor da consultoria Francap e diretor internacional da Associação Brasileira de Franchising (ABF), André Friedheim, não crê na possibilidade de franquias que surjam apenas para a Copado Mundo. "Se ocorrer, será alguma operação perto de uma loja consolidada no mercado. Não é possível montar uma franquia para trabalhar um mês", explica. "Não será esse período que justificará a franquia, mas é possível que surja algo como uma operação satélite próxima a outra, no entorno dos estádios, por exemplo" conclui.
