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Máquina que vende comida saudável é aposta para futuro

25/09/2014

DCI – Juliana Estiagarríbia – 19/09

Dois jovens empresários resolveram aliar o potencial de crescimento das máquinas automáticas as chamadas vending machines à expansão do conceito de alimentação saudável para criar a Fast Good. O negócio cresceu tanto que deve oferecer o sistema de franquias.

Em meados de 2010, o empresário Eduardo Corrêa estava à procura de um negócio ligado ao varejo para investir no Brasil. Ele chegou a participar de algumas feiras na Holanda e na França e acabou se interessando pelas vending machines.

"Conheci uma empresária que tinha um negócio de máquinas de sanduíches e achei a ideia muito interessante", revela Corrêa.

Ao desembarcar no Brasil, ele encomendou uma pesquisa de mercado para descobrir as principais tendências do varejo para os próximos anos.

"Deixei o estudo em aberto, mas coincidentemente um dos negócios com maior potencial de crescimento detectado foi o das vending machines", diz.

Além disso, o estudo dava conta de que o conceito de alimentação saudável está em franca expansão por aqui. Nascia então a Fast Good, que é pioneira não só no Brasil.

"Só vimos vending machines com alimentos saudáveis na Califórnia e na França. O conceito é realmente inovador", se orgulha Eduardo Corrêa.

O início da marca, porém, não foi fácil. "Encontramos as portas fechadas de todos os bancos, pois nossa empresa tinha menos de um ano e não era possível comprovar faturamento", conta Eduardo Corrêa.

Com o outro sócio da empresa, Fernando Damas, foram levantados R$ 300 mil para investir na empresa, mas atualmente o aporte já beira R$ 1 milhão. "Como detemos toda a operação, cada vez que o serviço é ampliado, precisamos investir", destaca Corrêa.

As máquinas, que operam desde março deste ano, oferecem saladas (que já vêm com talher) e sanduíches naturais produzidos por uma indústria francesa instalada em Ibiúna (SP), a Norac do Brasil. "Apesar da validade de dez dias dos produtos, o sabor não se perde", garante o empresário.

As máquinas oferecem ainda iogurtes, sucos, snacks saudáveis e barrinhas de cereal e proteína. "Oferecemos um portfólio para cada tipo de cliente", explica Corrêa.

Obstáculos

Apesar de a ideia parecer extremamente atraente, a corrida para entrar nas empresas mesmo em regime de comodato também foi um obstáculo para os empresários.

"No início, aceitávamos contrato com quem quisesse o nosso produto", explica Corrêa. "Porém, é muito difícil competir com junk food, pois essa ainda é uma cultura arraigada no Brasil", complementa.

Os empresários contam que só é possível ganhar espaço nas empresas que não possuem máquinas que vendem salgadinhos, doces e refrigerantes, e que geralmente têm contrato "casado" com máquinas de café. "Foi então que decidimos apostar no café orgânico", acrescenta Damas.

Assim, a Fast Good passou a oferecer tanto as máquinas de alimentos quanto de café. Ele garante que o produto tem procedência certificada.

"Apesar do custo um pouco mais elevado, nosso objetivo não é competir com os cafés comuns, pois nosso produto tem maior valor agregado", diz.

Mercado

Atualmente, a Fast Good conta com sete funcionários incluindo os dois sócios e possui 25 máquinas em funcionamento e mais 35 em trânsito. "Temos fila de espera", comemora o idealizador.

Todo o monitoramento é remoto. "Recebemos alerta via celular quando precisamos reabastecer ou a validade de produtos de alguma máquina está próxima", explica Damas.
A Fast Good tem na carteira de clientes desde hospitais, como Santa Paula, até empresas como a Ambev. E mesmo com a operação restrita a São Paulo, a Fast Good já extrapola as fronteiras do estado.

Recentemente, o programa The Voice, da Rede Globo, procurou os empresários para atender à produção e aos convidados da atração.

"Eles ficaram muito interessados no nosso produto, mas dissemos que não seria possível atendê-los no Rio. Ainda assim, fizeram questão de nos ter no programa", diz Damas.

O empresário explica que a produção da Globo irá buscar os produtos e levar para o Rio. Aliás, a questão da logística consome boa parte da energia e dos aportes dos empresários.

"Detemos todas as fases do serviço, como abastecimento, higienização, retirada dos produtos, controle de validade", explica Damas. "Por isso, nossas despesas são altas", diz.

Outro custo significativo da empresa é manter o único sistema de pagamento dos produtos o de cartão ativo, pois inclui algumas taxas, como a da administradora (débito, crédito e de benefícios). "O custo fixo, por máquina, é de cerca de R$ 250 por mês."

Os empresários afirmam, entretanto que usar apenas cartão elimina o custo da logística do dinheiro e também facilita para o usuário. "É uma tendência irreversível", avalia.

Expectativa

O faturamento estimado pela Fast Good gira entre R$ 180 mil e R$ 300 mil por mês, atualmente, dependendo das vendas de cada máquina.

A meta da empresa é ter 100 máquinas operando até o final do ano, o que pode render uma receita de até R$ 500 mil por mês. "Tínhamos uma expectativa de faturamento maior no início, mas tivemos muitos problemas no caminho. Tudo é um aprendizado", pondera Corrêa.

A Fast Good possui planos de crescer de forma orgânica e também de abrir franquia, "já contamos com cerca de 400 interessados", diz o empresário.

No entanto, os sócios do empreendimento são cautelosos. "Todo nosso planejamento esbarra no capital. Precisamos investir altas cifras e a busca por financiamento ainda é difícil", destaca Damas.

Os empresários ressaltam que a burocracia, aliada à alta carga tributária, impacta de forma significativa os planos de quem deseja empreender no País. "O custo Brasil pesa principalmente para os pequenos, pois são obstáculos enormes", complementa Corrêa.

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