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Ilusões de um franqueado: menos trabalho e risco zero

26/08/2015

O Estado de S.Paulo – Naiana Oscar – 23/08

Com taxa de mortalidade de 3,7%, franchising é reconhecido como um dos segmentos mais seguros para empreender em momentos de crise

Quando comprou uma franquia da Dr. Lubrifica, que oferece serviços de troca de óleo, Adriano Silva sabia que ia trabalhar bastante. Mas não imaginou que fosse tanto. Na fabricante de autopeças, de onde foi demitido em novembro do ano passado, ele cumpria uma jornada de oito horas por dia, de segunda a sexta-feira. Agora, dono do próprio negócio, trabalha até fim de semana, sem horário para ir embora. “Tem sábados que fico até as sete da noite. Não saio sem atender o último cliente.”

Se não estivesse numa área de que gosta e vendo o dinheiro entrar, talvez já cogitasse desistir. “Um dos maiores equívocos quando se pensa em franquia é imaginar que ela vai rodar sozinha”, diz a presidente da Associação Brasileira de Franchising, Cristina Franco.

A baixa taxa de mortalidade do setor dá essa ilusória sensação de que é mais fácil ser franqueado do que criar um negócio do zero. “É relativamente mais seguro, mas a facilidade não é maior”, diz. Enquanto nos negócios convencionais, 25% das empresas não sobrevivem aos dois primeiros meses de vida, entre franquias esse índice é de 3,7%.

Com o surgimento de novas redes, a chance de colocar o dinheiro nas mãos de aventureiros também aumenta. “Tem muita modinha, franqueadores querendo crescer a qualquer custo e falta de planejamento”, diz André Viola, sócio líder de mercados estratégicos da Ernst & Young.

Conflitos entre franqueados e os donos das redes têm se tornado mais frequentes nos últimos dois anos. Em 2014, o Conselho de Arbitragem do Estado de São Paulo (Caesp) registrou 40 novos casos relacionados a franchising – 30% mais que no ano anterior. “Os casos mais comuns são de falta de suporte por parte do franqueador e de desrespeito à cláusula de raio, que define a distância mínima para abertura de novas unidades da mesma rede”, diz Ana Cláudia Pastore, superintendente do Caesp. A orientação de especialistas para evitar esse tipo de problema é fazer um estudo detalhado do contrato, de preferência com um advogado que entenda do setor.

Para evitar apertos no primeiro ano de operação e trabalhar com uma folga para lidar com imprevistos, a orientação é sempre não colocar todo o dinheiro disponível na abertura do negócio – especialmente quando esse recurso é a rescisão. Ao sair do emprego, Adriano Silva investiu R$ 48 mil na franquia do Dr. Lubrifica, mas guardou um pouco para o capital de giro. “Por enquanto, todo o lucro estou reinvestindo no negócio por isso ainda não consegui igualar ao salário do último emprego.”

Não há um número mágico, mas especialistas em franchising dizem que, numa estimativa bem conservadora, o ideal seria limitar o investimento a 50% do capital disponível. “Algumas franqueadoras permitem o financiamento da abertura do negócio”, diz o consultor Adir Ribeiro da Praxis Business. “É prudente ter uma reserva de, no mínimo, 30% além do investimento inicial.”

Perguntas & respostas

Se você está pensando em empreender, reserve um tempo para responder a alguns questionamentos levantados pelo “The Wall Street Journal” em um guia para futuros

1. Qual meu nível de entusiasmo com o projeto?
A fase de start-up é estressante. Sua animação em relação ao negócio é frequentemente a diferença que conquista os clientes e os investidores e favorece a conclusão de negócios. Não será prudente você iniciar a carreira de empreendedor se não tiver um zelo que lhe permita enfrentar os momentos difíceis e o mantenha interessado bem depois que o entusiasmo inicial tiver desaparecido.

2. Qual é a minha tolerância ao risco?
Começar um negócio, absolutamente, não é para quem tem o coração fraco.  Mesmo que se tenha  paixão suficiente, inúmeras circunstâncias podem acelerar o seu fracasso: uma localização que não se revele ideal, um problema com a prefeitura sobre o  zoneamento ou um obstáculo na cadeia de suprimentos. Não há garantia de sucesso. Se você tem aversão ao risco, é provável que um negócio próprio não seja o melhor caminho para você.

3. Tenho capacidade para tomar decisões?
Ninguém poderá tomá-las por você. Importante lembrar: a tendência é que a tomada de decisões fique ainda mais difícil com o passar do tempo, com mais funcionários e clientes dependendo de você.  O sucesso ou fracasso de sua empresa vão depender de suas escolhas.

4. Estou disposto a assumir muitas responsabilidades?
Enquanto o funcionário de uma empresa se preocupa em cumprir uma função específica na empresa, o dono tem de estar atento a todos os aspectos do seu negócio. É preciso colocar a mão na massa, ter noção de finanças, de marketing, de contabilidade. Se você é avesso a esses malabarismos, é provável que seja avesso a empreender.

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