Franquias querem expandir no exterior e buscam parcerias

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Franquias bucam expansão no exterior

Franquias procuram parceiros no exterior

09/10/2013

Redes de franquias brasileiras planejam aumentar o número de unidades fora do país, em mercados como o Chile, Colômbia, Costa Rica, Venezuela e Estados Unidos. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), das 2,4 mil franqueadoras nacionais, 112 estão presentes em 53 países. Para franqueados que já investiram em outras fronteiras, as recomendações, antes de assinar um contrato, são avaliar o potencial de demanda, estudar as diferenças culturais do país-alvo e contar com gestores locais, que conheçam os hábitos dos clientes estrangeiros. Dependendo do porte e da área de atuação do negócio, o investimento em uma franquia no exterior pode ultrapassar R$ 380 mil.

A Hope Lingerie quer parceiros para atuar em países como Chile, Peru, Colômbia, México e Estados Unidos, além da Europa. A rede está no exterior desde 2007, com sete unidades na Argentina, Israel e Portugal. No Brasil, tem 110 lojas, com projeção de fechar 2013 com 128 unidades. “Vamos avançar no mercado internacional à medida que um investidor, com domínio na região pesquisada, possa prospectar vários pontos”, diz Sylvio Korytowski, diretor de expansão da marca.

O valor do investimento de uma franquia da Hope no exterior inclui taxa de US$ 45 mil, mais capital de giro de US$ 100 mil. O prazo de retorno estimado é de três anos, com uma equipe de cinco funcionários por unidade. Segundo Korytowski, o faturamento médio por loja, ao ano, é de R$ 110 mil. De acordo com cada operação, a rentabilidade por ponto comercial gira em torno de 15% sobre o faturamento bruto, descontando despesas fixas e variáveis.

“Como qualquer marca que precisa se estabelecer em outro país, investimos em ações de marketing local e junto a consumidores”, diz. “As datas de maiores vendas fora do Brasil são as mesmas daqui, como o Dia dos Namorados, das Mães, Natal e Réveillon. Além disso, criamos calendários regionais para cada mercado, como um festival de inverno, para a vencia de pijamas.”

A Wizard, de ensino de idiomas, optou por começar a internacionalização pelos Estados Unidos, há mais de dez anos, por causa da grande comunidade de brasileiros que vive no país. O fundador da rede, Carlos Wizard Martins, também morou e idealizou lã o método de ensino das escolas. “Além do mercado americano, as onze unidades no exterior estão na Colômbia, Costa Rica, México, Guatemala, Paraguai, Japão e China”, diz Martins.

No Brasil, a rede com sede em Campinas (SP) tem 1,2 mil unidades em todos os Estados. Até o final do ano, o plano é abrir mais duas escolas nos Estados Unidos, em Orlando e West Palm Beach, na Flórida. Depois, o próximo destino de investimentos da empresa será a Colômbia, com a expectativa de inaugurar 70 pontos, nos próximos cinco anos. “Decidimos investir no país devido ao boom econômico local, com abundância de capital para investimento”, diz.

Estão em planejamento também novas unidades na Costa Rica e mais quatro nos Estados Unidos, nos próximos anos. “Na Costa Rica, 50% dos alunos da escola que já temos lã estudam português. São funcionários de call centers que atendem empresas brasileiras.” O investimento em uma franquia da Wizard no exterior é de R$ 385 mil, com prazo de retorno de 12 a 18 meses. O faturamento médio por unidade, ao ano, está estimado em R$ 110 mil, segundo Martins.

Outras redes, como Mr.Limp, Yogoberry e Depyl Action, começam a espalhar franqueados fora do Brasil. A Mr.Limp, especializada em serviços de limpeza e conservação, começou a internacionalização este ano, com lojas em Santiago e Vina Del Mar, no Chile. A meta, nos próximos meses, é levar lojas para mais um país da América do Sul, além da África e Estados Unidos, segundo o sócio da franqueadora, Henrique Soares Adão. A companhia prevê estar presente em 30 países, em todos os continentes. Sediada em São José do Rio Preto (SP), conta com 170 franqueadas no Brasil, em 21 Estados, além do Distrito Federal.

Com 73 pontos em 12 Estados, a carioca Yogoberry, de venda de frozen yogurt, está no exterior há dois anos, graças a um parceiro no Irã. O franqueado iraniano procurou a empresa no Brasil, abriu duas lojas no país muçulmano e já planeja uma terceira. “As nossas metas de expansão também envolvem a América Latina”, adianta o diretor comercial da rede, Marcelo Bae.

O investimento total para abertura de uma loja Yogoberry é de cerca de R$ 400 mil, incluindo máquinas, instalações e taxa de franquia, sem ponto comercial. O prazo de retorno oscila entre 24 e 36 meses e o número de funcionários recomendado por unidade é de oito pessoas. A maior parte das lojas funciona em shopping centers. “O faturamento mínimo esperado é de R$ 600 mil, ao ano.”

Na Depyl Action, da área de estética e beleza, o faturamento anual médio por unidade é estimado em R$ 1,5 milhão, segundo a diretora executiva Danyelle Van Strate. No exterior desde 2006, a marca mineira tem 83 unidades no Brasil e duas na Venezuela. “A primeira franqueada no exterior era nossa cliente e mudou-se para lá”, diz.

O objetivo em 2014 é garantir mais três unidades, também no país de Nicolãs Maduro. O investimento inicial é de cerca de R$ 315 mil. A expectativa de crescimento da rede para 2014 é de 20% sobre o faturamento de 2013, previsto em R$ 70 milhões.

Franqueado da Wizard na Costa Rica há mais de um ano, o chileno e filho de brasileiro Renato Souza Neto investiu cerca de US$ 500 mil para abrir o negócio. “O valor incluiu a renovação de uma casa no centro da capital, San José”, diz. Antes de investir no exterior, Neto analisou a concorrência e montou um plano de negócios.

“Ao abrir uma franquia em outro país, avalie o potencial de demanda, as diferenças culturais e modelo de negócio nativo, que pode ser diferente do local de origem da franquia.” Para a iniciativa prosperar, é preciso ter ainda um excelente time de gestão, que conheça bem o mercado local, diz o empresário, cuja esposa, nascida na Costa Rica, assumiu a direção da escola.

Com dez funcionários em tempo integral e vinte colaboradores por hora, o empresário espera faturar cerca de US$ 500 mil, ainda em 2013. “Planejo comprar outra franquia na Costa Rica, Panamá ou na Nicarágua, em até 18 meses.”

Jornal Valor Econômico – Jacílio Saraiva – 30/09

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