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Crise hídrica obriga as empresas a inovarem para reduzir o consumo

16/04/2015

DCI – Ana Paula Silva – 14/04 
 
Em meio à maior crise hídrica do País, empresas do varejo como as redes de açougue dos grupos Femer e Tennessee, além das franquias de alimentação das marcas Brasileirinha e China In Box investem em novas opções de limpeza para reduzir o consumo de água nos estabelecimentos.
 
Em uma das lojas do Grupo Femer, no bairro Damasceno, na capital paulista, o açougue passou a guardar e utilizar água da chuva para realizar a limpeza. O estabelecimento possui duas caixas de mil litros para armazenar essa água. "Só mesmo quando não chove é que utilizamos água de reuso", explicou o gerente de vendas da unidade, Genilson Souza.
 
A rede Femer possui cinco lojas em São Paulo, nos bairros Brasilândia, Lapa, Água Fria, Tucuruvi e Damasceno. A limpeza dos locais é feita todos os dias e a Anvisa costuma fiscalizar empreendimentos nesse perfil.

Com três caixas de armazenamento de água de mil litros, a loja Tennessee localizada na Vila Guarani, também na capital, conta com os próprios funcionários para economizar água e fazer a limpeza do açougue.

"Nós reaproveitamos a água utilizada para lavar bandejas e outros utensílios durante o dia", comentou o subgerente do espaço, Anderson Gomes. Ele não sabe como é feita a economia do recurso nas outras lojas, mas acredita que seja reuso.

Mais criatividade
 
A falta de água entre empresas de alimentação exige criatividade. Na rede Brasileirinha, a unidade piloto em São José do Rio Preto (SP) optou por realizar o serviço de limpeza com uma franquia especializada, que utiliza produtos químicos e, desta maneira, visa diminuir o uso de água na manutenção. "Conseguimos reduzir o valor da conta de água, que passou de R$ 250 para R$ 110. Mas o custo médio do serviço de limpeza é R$ 250", comentou o diretor de negócios da Brasileirinha, Everton Didone.

Outro exemplo é o da China in Box. Em entrevista anterior Robson Shiba, do grupo TrendFoods da qual faz parte a bandeira comentou sobre a necessidade de agir. "Temos um plano para higienizar as lojas, sem precisar de água, mas isso encareceu os custos".

Empresas de limpeza

Enquanto algumas empresas lamentam o aumento dos custos, outras veem na crise hídrica oportunidade de engordar os cofres. E o caso das franquias de limpeza. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor apresentou crescimento de 8% em 2014, ante 2013, ao movimentar mais de R$ 1 bilhão.
 
Uma das companhias que aposta no mercado e diz oferecer serviços com economia de água é a rede Limpeza com Zelo. Em 2014, a rede faturou cerca de R$ 1,7 milhão. Este ano, espera chegar a R$ 7,8 milhões. Segundo o presidente da marca, Renato Ticoulat Neto, a empresa possui um equipamento de hidrólise, capaz de limpar 250 metros em uma hora, quando o normal seria de 30 metros por hora, segundo ele.

"A conta é clara. Com o uso da mangueira, o gasto com água pode ser de 2.500 litros por hora. Com hidrojateadora, seria 500 litros por hora. Já com o equipamento hidrólise, o consumo fica em torno de 120 litros por hora. É uma redução impressionante".

Com 30 unidades franqueadas e uma loja própria, a rede atua em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Minas Gerais. Até o final de 2015, a Limpeza Com Zelo espera ter 60 franquias, para atuar em condomínios, na manutenção de residências e apartamentos de 100m² a 150m², além de limpeza de final de obra.

Sem química
 
Outra que está atenta à demanda é a Maria Brasileira, que opera atualmente com 90 unidades, em 21 estados. "Com a crise hídrica, nos tivemos de desenvolver técnicas mais econômicas para que o cliente soubesse a quantidade de água usada, mas sem utilizar produtos químicos" comentou o sócio fundador da marca, Eduardo Pirre.

Para os clientes, a oferta de serviços com menos água antes da crise não era preocupação. Hoje, é uma exigência, comentou ele. Para 2015, a empresa projeta faturar cerca de R$ 30 milhões o dobro de 2014. A procura do atendimento aumentou 23% e o fechamento de novos negócios cresceu 12% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, comenta Pirre.

Com a promessa de reduzir o consumo de água em até 70%, outra concorrente no mercado é a bandeira portuguesa House Shine, que chegou ao Brasil em 2012 e já tem 184 unidades.

A diretora executiva da marca, Lilian Esteves, acredita que a escassez de água impulsionou os serviços. A rede espera crescer 10% este ano, ante aos R$ 40 milhões obtidos em 2014. Segundo a diretora, a limpeza feita pela House Shine usa pouca água. "A preocupação dos clientes com a economia do recurso começou a ter ênfase na metade do ano passado", afirmou ela.

Para o diretor de inteligência de mercado e sustentabilidade da (ABF), Claudio Tieghi, o cenário favoreceu realmente as empresas de limpeza. "Elas foram mais beneficiadas. A água passou a ser tratada como um recurso escasso e os consumidores passaram a querer alternativas". Ele lembra como exemplo as redes que lançaram ou intensificaram os serviços a seco ou que valorizavam o uso racional da água.
 

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