Contabilidade Empresarial - Benção ou Maldição?

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Contabilidade Empresarial – Benção ou Maldição?

09/05/2013

Por Marco Militelli

Hoje pedi a um cliente uma posição sobre os resultados de sua empresa no ano passado. Ele me informou que ainda não tem os resultados porque a contabilidade de sua empresa ‘ainda não fechou’. A posição da contabilidade foi ‘Ainda estamos em Março e temos até o mês que vem para fechar’. Na verdade esse tempo a que se referiu o contador está relacionado ao prazo limite para entrega da Declaração de Imposto de Renda. A priori, os resultados de um período qualquer deveriam estar disponíveis para análise, isto é, fechados no máximo 10 dias depois de encerrado o mês de referência. Isso é o que ocorre como regra em países que têm como premissa o uso gerencial das informações contábeis e não somente a obrigatoriedade de uma contratação compulsória de uma categoria profissional para fins fiscais e tributários. Aliás, esse tipo de comentário só ocorre porque contabilidade de pequenas e médias empresas (até de algumas grandes) aqui no Brasil, em sua grande maioria, ainda serve somente para calcular os impostos a pagar. A contabilização dos gastos e receitas passou a ser elemento secundário dentro desse cenário. Quem quer informação contábil para gerenciar sua empresa, em geral, ou se conforma com uma defasagem mínima de 90 dias dos fatos ocorridos, ou cria subterfúgios como balanços e demonstrativos de resultados ‘provisórios’.

A conformação de grande parte das empresas prestadoras de serviços de contabilidade quanto ao fato acima é uma tragédia nacional para a gestão das empresas.  É necessário estar adequadamente enquadrado no regime fiscal e estar em dia com as obrigações tributárias, mas isso não deveria ser o principal foco dos trabalhos dos contabilistas. Esse é um dos custos ocultos tributários que ninguém comenta abertamente. A complexidade das normas e regras fiscais e tributárias dificulta em muito a vida da empresa e dos próprios contabilistas, entretanto, as informações contábeis também precisam ser disponibilizadas a tempo e contento para o gerenciamento adequado dos negócios.

Os balanços e demonstrativos de resultados são documentos oficiais e adequados para posicionar investidores, acionistas, sócios e outros interessados na empresa sobre a performance financeira e econômica passada da empresa. Servem até para se solicitar financiamentos bancários. Operações de compra e venda de empresas são muitíssimo dificultadas quando a contabilidade não está, por qualquer motivo, em ordem e em dia.

Penso que deveria partir dos empresários, principalmente os que estão à frente de pequenas e médias empresas, um movimento de inconformismo com a passividade das empresas de contabilidade e contabilistas que prestam serviços ‘somente para cumprir tabela fiscal’. Ninguém cresce sendo mal assessorado. Exija qualidade e saiba se a qualidade exigida está à altura do prestador de serviços contratado. Se for o caso, pague mais por serviços de qualidade e tenha certeza que isso trará retorno à sua empresa. Profissionais mais qualificados, independente de quem sejam, promovem o crescimento sustentável das empresas, enquanto os ‘mais ou menos’ fazem somente o mínimo necessário.

Marco Aurélio Militelli é consultor de empresas há mais de 20 anos e diretor-presidente da MILITELLI – Business Consulting. Especialista em estratégia empresarial,projetos e processos para modelagem e estruturação de negócios, reestruturação, planejamento e expansão empresarial, franchising, licenciamento, processos de fusão, cisão, incorporação e aquisição de empresas.